Economia

BNDES atinge 40% da meta de venda de participação em empresas de capitais

Presidente do banco, Dyogo Oliveira, informou que a estratégia do banco é sair de empresas maduras e vender R$ 10 bi neste ano. Executivo disse também que banco vai reduzir em 10 a 15 anos o prazo de devolução de empréstimos para a União

Rosana Hessel
postado em 11/06/2018 11:56
Esse movimento de venda das participações da BNDESPar em companhias abertas está em linha com a ampliação da atuação do banco  em empresas menores
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu 40% da meta de desinvestimento de R$ 10 bilhões em empresas maduras previsto para este ano. A informação foi dada pelo presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, após a abertura do seminário ;Mercado de Capitais Brasileiro;, realizado na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), nesta segunda-feira (11/6).

Oliveira excluiu dessa conta a venda de uma parte da participação do braço da instituição voltado para investimentos no mercado de capital, a BNDESPar, da Fibria, realizada em março e que rendeu R$ 8,5 bilhões para os cofres do banco. A instituição ainda manteve uma fatia de 11% na companhia de celulose, conforme dados divulgados na época da operação e que permitiu que R$ 5 bilhões fossem destinados para investimentos em startups. ;Todas as empresas da nossa carteira estão no processo de desinvestimento em diferentes estágios. Algumas estão mais longe e outras estão mais perto;, disse ele, sem revelar quais empresas serão vendidas em primeiro lugar. ;Nossa estratégia está bem clara e bem definida de que vamos sair das empresas mais maduras e concentrar nas empresas crescentes e nascentes;, emendou. Segundo ele, a meta para este ano é vender R$ 10 bilhões, excluindo a Fibria. ;Tenho a impressão que já fizemos 40% dessa meta;, afirmou.

De acordo com Oliveira, esse movimento de venda das participações da BNDESPar em companhias abertas está em linha com a ampliação da atuação do banco em empresas menores, como startups e pequenas empresas, aumentando o risco, como o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, afirmou mais cedo no evento. ;Assumir mais risco não é do ponto de vista de fazer negócios mais arriscados, mas ter uma atuação em áreas onde supostamente são mais arriscadas e que, por outro lado, são áreas que mais precisam de apoio do banco que são pequenas empresas e startups;, explicou.

Novo prazo de devolução

Oliveira contou que, após o BNDES realizar a devolução para os cofres da União dos R$ 100 bilhões restantes dos R$ 130 bilhões previstos para este ano, restarão R$ 250 bilhões ainda de empréstimos feitos pelo Tesouro Nacional para a instituição e que têm um prazo de pagamento até 2060, mas esse prazo será reduzido de forma ;significativa;. ;Estamos negociando como Tesouro para reduzirmos esse prazo de maneira considerável. O pagamento era concentrado nos últimos cinco anos. Estamos acertando um processo mais linear de devolução, encurtando o prazo, pelo menos, em número de anos que seja mais significativo. Acho que devemos reduzir de 10 a 15 anos;, adiantou, ele, acrescentando que o encurtamento do período ficará entre 2050 e 2045.

No entanto, o presidente do BNDES não soube precisar quanto será devolvido pelo banco em 2019 para o cumprimento da regra de ouro, mas sinalizou que será bem menor do que os R$ 130 bilhões previstos para neste ano. ;Devolução para 2019 ainda não dá para dizer o valor porque está ele sendo discutido, mas não dá para levarmos em consideração o volume de 2018;, afirmou.

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