Economia

Greve dos caminhoneiros afetou a criação de empregos no Brasil

Apesar de ter sido positiva pelo quinto mês consecutivo, com 33,6 mil vagas, geração de postos de trabalho formais em maio cai em relação a abril e ao mesmo período de 2017. Paralisação dos caminhoneiros atingiu indústria e comércio

Rodolfo Costa , Rosana Hessel
postado em 21/06/2018 06:00

Dados do Caged ficaram abaixo da expectativa do mercado. Copa do Mundo pode prejudicar números de junho

A greve dos caminhoneiros deflagrada na segunda metade de maio afetou em cheio o mercado de trabalho. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem mostram um tombo de 71% na criação de empregos no mês passado em relação a abril, passando de 115.898 para 33.656 vagas na série sem ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2017, quando foram criados 34.254 postos de trabalho, a queda foi menor, de 1,7%.

O resultado ficou bem abaixo das expectativas do mercado, que esperava 60 mil novos postos. A indústria e o comércio foram os dois segmentos que fecharam vagas, na contramão dos demais, com um saldo negativo de 18,4 mil posições. Os dois setores cortaram 11.991 e 6.464 postos, respectivamente.

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, minimizou a queda e destacou que houve criação de emprego por cinco meses consecutivos no ano. ;Mesmo com problemas pontuais, como a greve dos caminhoneiros, que afetou a economia como um todo, postos de trabalho continuaram a ser gerados. Isso confirma a robustez de nossa economia e o esforço de todos ; governo, empresários e trabalhadores ; para vencermos o desemprego;, disse ele, em nota.

De acordo com o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho, no entanto, a queda do emprego na indústria em maio foi agravada com a greve, porque o setor já estava antecipando, em maio, a queda da produção entre junho e julho por conta da Copa do Mundo. Ele ainda sinalizou que o setor deverá continuar fechando vagas. ;Não dá ainda para fazermos estimativa do impacto da greve com relação a emprego até o fim do ano, mas, realmente, vai ter problemas. Isso vai ter um custo para toda a sociedade;, avisou Coelho, após encontro com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto.

Já o consultor sobre mercado de trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) Tiago Barreira, acredita na recuperação do ritmo de criação de emprego até o fim do ano. ;As previsões do mercado estavam muito otimistas e essa greve trouxe um efeito negativo, mas não foi um sinal de perda de fôlego do mercado de trabalho, pois o saldo de emprego dessazonalizado de maio acabou ficando próximo ao de abril, pelas nossas contas;, explicou. Ele prevê um saldo de 90 mil a 100 mil empregos em junho, até o final do ano, um saldo positivo de 627 mil vagas.

Vagas de vigilantes penitenciários

A Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás divulgou edital de abertura de concurso para contratação de 1.373 vigilantes penitenciários temporários. As chances são para nível médio, com lotação em oito regionais do estado. As inscrições vão de 26 de junho a 12 de julho pelo site www.portaldoservidor.go.gov.br. A taxa de participação é no valor de R$ 40. O cargo de vigilante penitenciário exige 40 horas semanais, preferencialmente em regime de plantão, e salário de R$ 1.950,46, composto por vencimento e gratificação de risco de vida, mais auxílio-alimentação.

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