Hamilton Ferrari
postado em 04/07/2018 09:35
A produção industrial de maio tombou 10,9%, na comparação com abril. O resultado foi o pior desde dezembro de 2008. O taxa reflete os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que prejudicou o processo produtivo de várias regiões do país.
O choque levou a indústria para o mesmo nível de dezembro de 2003. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (4/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O choque levou a indústria para o mesmo nível de dezembro de 2003. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (4/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com maio de 2017, a indústria recuou 6,6% e interrompeu uma sequência de doze meses consecutivos de taxas positivas na série sem ajuste sazonal. Apesar do resultado de maio, o setor acumulou ganhos de 2% de janeiro a maio deste ano. Mesmo assim, é abaixo do índice registrado até abril (4,5%). No acumulado de 12 meses, a taxa saiu de 3,9% para 3% em maio.
Ramos industriais
[SAIBAMAIS]Dos 26 ramos industriais pesquisados, 24 tiveram queda na produção. Veículos automotores, reboques e carrocerias apresentaram a retração mais intensa (-29,8%) no mês analisado. Os produtos alimentícios também tombaram 17,1%.
Outras contribuições negativas relevantes vieram de bebidas (-18,1%), de celulose, papel e produtos de papel (-13,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-14,3%), de produtos de borracha e de material plástico (-10,5%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-15,4%), de outros produtos químicos (-5,6%), de produtos de metal (-10,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,9%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,7%), de metalurgia (-4,2%), de máquinas e equipamentos (-5,3%), de produtos de madeira (-15,1%), de outros equipamentos de transporte (-13,8%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-10,8%) e de couro, artigos para viagem e calçados (-9,8%). A
Apenas produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%) e de indústrias extrativas (2,3%) assinalaram avanços na produção nesse mês.
O IBGE mostrou que, entre as grandes categorias econômicas, os bens de consumo duráveis recuaram 27,4%, impactados principalmente pela produção menor de veículos. A taxa foi a mais intensa desde o início da série histórica. O grupo vinha tendo resultados positivos nos últimos três meses, acumulando ganhos de 7,6%%.
Os setores produtores de bens de capital (-18,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-12,2%) também apontaram taxas negativas, com ambos eliminando os ganhos acumulados nos meses de março e abril últimos: 5,7% e 1,2%, respectivamente. O segmento de bens intermediários (-5,2%) também assinalou recuo na produção, com a perda mais acentuada desde dezembro de 2008 (-11,9%), e reverteu o crescimento de 1,5% verificado em abril último.