Economia

Renner investe em centro de distribuição com 150 mil metros quadrados em SP

Empresa busca melhorar logística e reduzir as perdas com a falta de mercadoria nos pontos de venda

Natalia Viri
postado em 05/07/2018 06:00
O novo centro permitirá à Renner universalizar sua logística %u2018push and pull%u2019, em que o abastecimento às lojas é feito de maneira mais inteligente
Sem alarde, a Lojas Renner abriu concorrência para um grande centro de distribuição em São Paulo, uma peça fundamental de um amplo plano para automatizar sua logística, centralizar estoques e abastecer as lojas de forma mais rápida e assertiva.

O projeto ; um dos maiores do setor de galpões nos últimos anos ; tem atraído todos os grandes desenvolvedores de galpões. Entre os interessados estão GLP, Prologis, HSI, Hines, Goodman, VBI e Brookfield. A JHSF também está no páreo com um terreno anexo ao Catarina Outlet, em São Roque, no interior paulista.

O centro de distribuição terá área de armazenagem de 150 mil metros quadrados ; o triplo dos outros dois CDs automatizados que a companhia já tem ; e ainda poderá ser expandido futuramente. Para ficar bem próximo do maior mercado do Brasil, a Renner está buscando um terreno em um raio de 30 quilômetros da capital paulista, no eixo das rodovias Anhanguera/Castelo Branco.

Inteligência

O novo CD permitirá à Renner universalizar sua logística ;push and pull;, em que o abastecimento às lojas é feito de maneira mais inteligente, despachando apenas os itens que saem mais em cada unidade. Antes, o CD enviava uma ;arara-padrão; para as lojas, gerando duplicidades e não suprindo especificamente os itens em falta.

O ;push and pull; evita a chamada ;ruptura; ; jargão do varejo para a falta de peças ; e previne o risco de encalhe da mercadoria, o que muitas vezes só é resolvido com desconto no preço final para o consumidor. O modelo é inspirado na Inditex, dona da Zara, benchmark em execução de ;fast fashion;.

A Renner iniciou a racionalização da sua malha logística em 2012, com a abertura de um CD automatizado no Rio de Janeiro. Outro foi inaugurado em Santa Catarina, em 2015. Nesses centros, quase toda a separação de peças é feita de forma automatizada, por grandes máquinas que substituem os funcionários que antes faziam a separação manualmente.

Hoje, a Renner já usa o ;push and pull; para despachar parte de sua oferta de itens básicos. No Investor Day realizado no fim de setembro, a companhia sinalizou que o modelo deveria ser estendido para toda a oferta de básicos este ano e para as demais linhas até o final de 2019.

No mesmo evento, a empresa informou que a ;ruptura; caiu 50% para os itens abastecidos pelo ;push and pull;, e o faturamento com essas mercadorias cresceu sete pontos percentuais a mais do que o daquelas que ainda operam no modelo anterior.

A Renner já tinha sinalizado a construção de um terceiro centro, mas os planos vinham sendo postergados. Recentemente, saíram da gaveta. Empresas do ramo imobiliário foram convidadas a fazer propostas há cerca de dois meses. O prazo, que se encerraria nas últimas semanas, foi estendido, segundo fontes da indústria.

Recursos

Nesta primeira fase, a localização do terreno é o diferencial. Com o contrato de aluguel ; tipicamente de 10 a 15 anos ; em mãos, os investidores interessados em construir o CD e alugá-lo à Renner podem ir ao mercado buscar financiamento.

Normalmente, a locação de galpões logísticos nesta modalidade ; conhecida como ;build to suit; (BTS) ; gira em torno de R$ 18 a R$ 19 o metro quadrado/mês, mas, segundo fontes, neste caso há ofertas que giram na casa dos R$ 15.

A expectativa é de que o processo se arraste até o próximo ano e que o CD comece a ser construído na segunda metade de 2019. A obra demora cerca de um ano.

;Essas concorrências de BTS demoram, porque as especificações vão mudando ao longo do tempo;, diz uma fonte do setor imobiliário. ;A Dafiti, por exemplo, queria um galpão em Jundiaí (SP), depois aceitou ir para Cajamar (SP) e acabou fechando em Extrema (MG);.

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