Economia

Rompimento de contratos reduziram a qualidade das contas de luz

Pesquisa mostra que a qualidade da categoria %u201Ccontas%u201D passou de 85,7% para 81% de 2017 para 2018

Bruno Santa Rita*
postado em 18/07/2018 17:42
Pesquisa mostra que a qualidade da categoria %u201Ccontas%u201D passou de 85,7% para 81% de 2017 para 2018
O consumidor brasileiro demonstrou maior insatisfação em relação à qualidade das contas de luz que chegam nas residências. Segundo o Índice de Desempenho da Área de Qualidade, publicado na 20; edição da Pesquisa de Satisfação do Cliente Residencial, produzida pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), o índice apontou queda de 4,7% pontos percentuais na qualidade das contas do ano de 2017 para 2018. Segundo o presidente da associação, Nelson Leite, a queda é reflexo do rompimento de contratos de certas distribuidoras com a Caixa Econômica Federal, que havia proposto novas taxas para arrecadação nos canais lotéricos.

Neste ano, o índice de desempenho na área de qualidade foi de 81%, enquanto em 2017, o índice apontou 85,7% para a categoria que avalia a qualidade das contas de luz. Segundo Leite, as distribuidoras não concordaram com as novas taxas impostas sobre a arrecadação no canal lotérico. ;Na área de conta de luz, tivemos uma queda em relação ao ano anterior, o que demonstra casos específicos e bem localizados de dificuldades com os contratos entre as distribuidoras e a Caixa;, apontou.

A Caixa respondeu por nota que é de interesse da estatal ;manter o recebimento de todas as contas de arrecadação no canal lotérico, desde que os valores pagos a título das tarifas sejam compatíveis com os custos absorvidos pela Caixa;, informou. O banco afirmou que está em negociação com as empresas que geram esses boletos para a continuidade da arrecadação nos lotéricos.

Maior satisfação

No entanto, o brasileiro demonstrou maior satisfação com o setor de energia no país, em geral. O índice médio na última década de consumidores satisfeitos ou muito satisfeitos chegou a 77% com os serviços prestados. O crescimento dessas categorias (satisfeito e muito satisfeito) foi de 10,6%, dentro do período de 2015 até 2018.

Segundo o presidente da Abradee, Nelson Leite, o aumento na satisfação da população é um reflexo do aumento de investimento no setor. Em 2017, os investimentos alcançaram R$ 16 bilhões. Um aumento de cerca de R$ 2 bilhões em comparação com o ano anterior, quando o valor dos investimentos foi de R$ 13,8 bilhões. ;Houve um aumento no investimento que reflete no resultado da pesquisa;, analisou.

A região que teve o aumento mais expressivo da população foi a região Sul do Brasil, com 86% dos entrevistados considerando-se satisfeitos ou muito satisfeitos. Logo em seguida, vem a região Sudeste (77%), a região Nordeste (77%) e, por fim, Centro-oeste e Norte (68%). Segundo Leite, a pesquisa mostrou que, não só a qualidade do serviço prestado melhorou, mas também a percepção da população em relação ao setor. ;A pesquisa nos mostra uma melhoria da percepção do consumidor em relação à qualidade do fornecimento;, comentou.
O presidente da associação aproveitou para criticar o valor da energia no país. Segundo ele, o setor funciona bem, porém existem outros fatores que encarecem o produto. ;Subsídios, encargos setoriais, tributos, custos de geração acabam encarecendo o produto;, comentou. Ele explica que uma das maiores quedas percebidas na pesquisa foi no custo de distribuição.

Setor em crescimento

O setor de eletricidade do Brasil está em constante crescimento. Hoje, apenas as empresas associadas à Abradee atendem 82,5 milhões de consumidores. Segundo Leite, a pesquisa apontou que o setor gerou cerca 196,3 mil empregos indiretos no último ano. ;O segmento ainda cresce em novas ligações;, explicou. Segundo a pesquisa, hoje, a energia elétrica já chega a 99,8% dos domicílios. ;É o serviço mais comercializado no Brasil. Há lugares onde não há serviços como telefonia, correios, mas tem eletricidade;, informou.

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