Gabriel Ponte*
postado em 19/07/2018 06:00
O vai e vem dos preços da gasolina nas bombas faz com que os consumidores do Distrito Federal fiquem sem noção sobre valores. Ontem, depois da terceira queda promovida pela Petrobras nas refinarias, os postos do DF começaram a baixar os preços. Dos 30 postos pesquisados pelo Correio, 24 reduziram o valor do litro. O menor preço encontrado foi em estabelecimento da EPTG, R$ 4,26, e o maior, no Eixo W Norte, R$ 4,79. Em média, as bombas marcam R$ 4,60 no Plano Piloto. Na terça-feira, o litro da gasolina nas refinarias caiu de R$ 1,997 para R$ 1,961, queda de 1,8%.
A empreendedora Bruna Borges, 27 anos, reclama sobre o repasse ao motorista. ;Não sinto diferença. De quanto seria esse desconto, de R$ 0,10? Para ser sincera, essa redução é mínima;, reclama. Segundo Bruna, a nova política de preços da Petrobras, que acompanha as variações do barril de petróleo, no mercado internacional, e da moeda norte-americana, prejudica o orçamento. ;Minha empresa necessita que eu me desloque de carro. Ando muito e esse sobe e desce da gasolina é complicado. Financeiramente não é viável;, afirmou.
De acordo com Márcio Rocha, 36, gerente de um posto no Setor de Indústria Gráfica (SIG), a prática do estabelecimento é reduzir na bomba à medida que a petroleira anuncia descontos. ;O nosso posto tem diminuído o preço da gasolina gradativamente. Hoje (ontem), estamos baixando para R$ 4,529, ou seja, R$ 0,06 em relação à semana passada (R$ 4,589). Sempre que a Petrobras reduz, a gente procura repassar o percentual de desconto para o cliente. Essa redução já é reflexo da baixa anunciada pela empresa na terça;, revelou.
A advogada Bárbara Botelho, 28, tenta minimizar o valor da gasolina, pesquisando lugares onde consegue pagar menos. ;Vim abastecer no SIG achando que estava mais barato, mas me enganei;, disse. De acordo com ela, os preços praticados na capital alteraram os hábitos da família. ;Lá em casa, evito sair no fim de semana. Durante a semana, como eu e meus parentes trabalhamos na Esplanada, vamos todos juntos no mesmo carro, independentemente do horário de entrada de cada um;, revelou.
O gerente do posto SIG considera que o preço praticado na capital não chega a ser alto em relação ao de outros estados. ;Os clientes reclamam que está caro, mas, na minha opinião, não está. Brasília tem mantido um preço bastante atraente para o consumidor, mas cliente é cliente. Ou seja, temos que ouvi-los;, reconheceu.
* Estagiário sob supervisão de Rozane Oliveira