Economia

Governo reduz previsão do PIB de 2018 para 1,6%

A previsão da equipe econômica, no entanto, está mais otimista que a do mercado financeiro

Rosana Hessel
postado em 20/07/2018 16:18
Fachada do Banco Central do Brasil
O governo reduziu de 2,5% para 1,6% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 e elevou a estimativa para a inflação acumulada no ano de 3,4% para 4,2%, conforme o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do terceiro trimestre divulgado nesta sexta-feira (20/07) pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. A previsão do PIB para 2019 também foi reduzida, passando de 3% para 2,5%, mas a proposta para alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano só será encaminhada em novembro, de acordo com as autoridades.

De acordo com o secretário Política Econômica da Fazenda, Fabio Kanczuk, do corte de 0,9 ponto percentual na previsão do PIB deste ano, 0,2 pp foi resultado do impacto da greve dos caminhoneiros em maio. Dentro de 0,7 ponto percentual restante, a metade é devido às incertezas no mercado externo e a outra metade, às incertezas políticas internas.

No novo relatório, o governo elevou em R$ 11,6 bilhões a projeção de receita e elevou em R$ 7,5 bilhões a projeção de despesas e passou a considerar o cumprimento da meta fiscal cheia, de deficit de R$ 159 bilhões nas contas do governo federal.

A folga de R$ 6,2 bilhões que havia para o cumprimento dessa meta foi consumida em quase sua totalidade devido à contabilização dos R$ 9,5 bilhões de despesas com o subsídio para o diesel. Outras receitas como reserva de capitalização e redução de despesas discricionárias complementaram o montante. Até mesmo a margem de bloqueio que havia no último bimestre, de R$ 9,1 bilhão, e que era uma espécie de contingenciamento, também já foi gasta em toda a sua totalidade por liberações graduais, segundo o ministro.

Restou, com isso, R$ 1,8 bilhão de folga para o cumprimento da meta que deverão ser utilizados. Desse montante, R$ 666,6 milhões são gastos sujeitos à emenda do teto e poderão ser liberados gradualmente, de acordo com a necessidade de cada órgão, segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago. Por outro lado, há uma folga de R$ 1,2 bilhão para outras despesas, como capitalização de estatais. O ministro disse que a Caixa poderá ser uma das estatais candidatas a receber esse montante, mas isso só será definido pelo governo na semana que vem.

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