Economia

Guardia: guerra comercial entre potências afeta economias emergentes

O ministro defende que os riscos aumentaram depois que os Estados Unidos começaram a aplicar tarifas as importações de produtos chineses e a China retaliou

postado em 22/07/2018 14:22

Guardia afirmou que o Brasil poderia se beneficiar a curto prazo da briga de tarifas e contra-tarifas, entre Estados Unidos e China

O Brasil e vários países manifestaram neste sábado (21) sua preocupação com a guerra comercial entre as grandes potências. Esse foi um dos principais temas do terceiro encontro de ministros da Fazenda e presidentes de Banco Central do G-20 ; o grupo integrado pelas dezenove maiores economias mundiais e a União Europeia (UE). A reunião de dois dias termina hoje (22).

;Isso afeta as economias mundiais, principalmente as economias emergentes;, disse o ministro da Fazenda brasileiro, Eduardo Guardia, em entrevista coletiva, após o primeiro dia de encontro. Segundo ele, os riscos aumentaram depois que os Estados Unidos começaram a aplicar tarifas as importações de produtos chineses e que a China retaliou. ;Se olharmos de abril para cá, todas as principais econômicas emergentes tiveram desvalorização de suas moedas;, disse o ministro. Mas segundo ele, a única saída ; principalmente para o Brasil - continuar realizando as reformas necessárias, para fortalecer a economia e estar melhor preparado para atravessar ;momentos de volatilidade;.

Segundo o ministro, o Brasil poderia se beneficiar ; a curto prazo ; da briga de tarifas e contra-tarifas, entre Estados Unidos e China, ocupando o espaço dos exportadores norte-americanos e vendendo mais para o mercado chinês. Pelos cálculos do governo brasileiro, isso poderia significar um ganho de US$ 2 bilhões este ano. Mas não compensaria os prejuízos que uma guerra comercial causará, a longo prazo, tanto para a economia brasileira, quanto para a economia mundial.

Guardia disse que o Brasil não tem os meios para intervir numa guerra comercial entre as grandes economias, mas deve se preparar para enfrentar maiores dificuldades, se elas aparecerem. ;Se o cenário for mais adverso, a reação vamos acelerar as nossas linhas de defesa. No caso brasileiro aumenta a necessidade de consolidação fiscal: leia-se previdência, questões tributárias, questões de abertura comercial;, afirmou. Ele disse que, apesar do Brasil ter um ;setor externo muito sólido;, o país tem ;fragilidades; na área fiscal.

Câmbio

O ministro descartou qualquer medida para estabelecer um patamar de câmbio no Brasil. ;O câmbio brasileiro é flutuante. O que nos dá proteção nesses momentos de volatilidade e reforçar os fundamentos da economia brasileira e ficar menos vulnerável a qualquer deterioração do cenário externo;, disse. Segundo ele, o Ministério da Fazenda e o Banco Central se limitarão a fazer intervenções quando ;entendermos que há disfuncionalidade no mercado de cambio ou de juros;. Mas ele ressaltou que nas últimas três semanas não houve qualquer intervenção. ;Isso significa que o mercado reencontrou seu patamar de equilíbrio;, disse.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação