Jornal Correio Braziliense

Economia

AEB eleva para US$ 56,3 bilhões previsão de superavit comercial em 2018

Entidade eleva perspectiva para as exportações em US$ 5,5 bilhões, mas faz alerta para o aumento das incertezas no cenário externo

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) elevou de US$ 50,3 bilhões para US$ 56,3 bilhões a projeção para o saldo da balança comercial do país neste ano. Esse volume, no entanto, será 15,9% menor do que o recorde de US$ 67 billhões de superavit registado em 2017, de acordo com a entidade que faz alerta para o aumento das incertezas no cenário externo.

A AEB aumentou de US$ 218,9 bilhões para US$ 224,4 bilhões a estimativa para as exportações deste ano feita no em 14 de dezembro de 2017, ou seja, um incremento de US$ 5,5 bilhões. No entanto, manteve praticamente estável a perspectiva de importações no mesmo período, passando de US$ 168,6 bilhões para US$ 168,1 bilhões.

Com essas novas previsões, as exportações devem crescer 3,1% em relação aos US$ 217,7 bilhões realizados em 2017, devido à forte elevação da cotação do petróleo no primeiro semestre, à quebra da safra de soja na Argentina, ao aumento dos preços de óleo combustíveis e às exportações de plataformas de petróleo. Contudo, a reestimativa de 1,5% para o Produto Interno Bruto (PIB), que antes estava entre 2,5% e 3,5%, devem fazer com que as importações avancem 11,5% sobre os US$ 150,7 bilhões computados no ano passado.

O documento da entidade destaca que essa revisão ;está sujeita a mudanças bruscas; decorrentes de impactos gerados pela guerra comercial envolvendo Estados Unidos, China e União Européia e pela crise nuclear entre EUA e Irã, que devem ter reflexos nas cotações e no volume das commodities. Além disso, a grave crise econômica, comercial e cambial da Argentina, o reduzido crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e da desvalorização do real, também devem influenciar essas novas projeções. A entidade trabalha com uma oscilação do câmbio dentre R$ 3,50 e R$ 4,0.

Pelas projeções da AEB, em 2018, o Brasil deverá continuar na 25a posição do ranking dos maiores exportadores do mundo e com a participação de apenas 1,1% do comércio global.