Economia

Valendo mais de US$ 1 bi, 99 projeta crescer mais 50% neste semestre

Adquirida por grupo chinês, empresa, que fornece serviços de táxi por aplicativo e motoristas particulares, atua também na Austrália, no Japão e no México

Hamilton Ferrari, Paulo Silva Pinto
postado em 28/07/2018 08:00
Segundo Matheus Moraes, mercados de países latino-americanos estão entre os alvos no próximo ano
Adquirida em janeiro deste ano pela chinesa Didi Chuxing ; maior companhia de mobilidade do mundo ;, a empresa de aplicativo de transporte individual 99 foi a primeira nascida no país como startup a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Em entrevista ao Correio, o presidente da plataforma, Matheus Morais, afirmou que a ferramenta digital cresceu mais de 50% em Brasília no primeiro semestre deste ano e que a intenção é expandir para a América Latina em 2019. O executivo disse que o aplicativo aposta num serviço barato e rápido, mas sem se esquecer da segurança dos motoristas.

O 99 foi criado em São Paulo, em 2012. A empresa ganhou o mercado de forma rápida, segundo Morais. Com pouco mais de três anos, tinha 140 funcionários e, hoje, elevou o quadro para cerca de mil trabalhadores. A companhia tem representações administrativas em 10 cidades, mas, só no Brasil, atua em 500 localidades, no caso do táxi, e em 40, no Pop, que é um serviço de motorista particular. Com a entrada da Didi Chuxing, além do Brasil e da China, a solução passou também a estar disponível na Austrália, no Japão e no México.

De acordo com o presidente da 99, um dos objetivos da empresa é acabar com a sensação de monopólio. ;A ideia é levar transporte rápido e barato às pessoas e democratizar o uso desse tipo de serviço. Temos feito uma bela guerra de preços Brasil a fora. Aqui, em Brasília, somos, em média, 15% mais baratos do que o concorrente;, disse. ;Recentemente, lançamos uma promoção: R$ 8,99 de preço fixo no Plano Piloto nos horários de pico. Vale até 5 de agosto nas corridas de até R$ 20. No fim do dia, o motorista acaba fazendo mais dinheiro mesmo que o passageiro pague menos. Reduzimos a margem para ganhar escala;, afirmou Moraes.

De acordo com o empresário, o 99 Táxi opera em mais localidades do que o 99 POP, porque começou antes. Apesar disso, a segunda versão está em expansão. A meta é de que o aplicativo cresça 50% neste segundo semestre.

Moraes disse que a qualidade do serviço é mantida com o processo de cadastramento dos motoristas e com avaliações feitas pelos usuários. Os proprietários dos veículos podem ser suspensos ou excluídos do aplicativo por receberem notas desfavoráveis. Ele destacou, porém, que o volume de penalidades é baixo, porque o motorista tem interesse na fonte de renda.

;Nós criamos o conceito de Casa 99, que é onde o motorista pode receber treinamento: desde como ganhar mais dinheiro na plataforma até curso de segurança, que é fundamental. Temos um departamento com 30 a 40 pessoas voltadas à segurança, numa central de atendimento 24 horas;, ressaltou.

Moraes destacou que o volume de ocorrências caiu 43% nos últimos dois meses, porque a empresa também adotou mecanismos de segurança, incluindo inteligência artificial. ;Informamos ao motorista a localidade do passageiro no início da corrida, o que garante a ele poder de decisão de aceitar ou não. Temos um alerta de segurança de zona de risco, informado pelos próprios motoristas em tempo real. Nós não os penalizamos se cancelarem a corrida por motivos de segurança;, disse.

O presidente da 99 garantiu que os passageiros que moram nessas regiões não são prejudicados. ;Quando o motorista cancela, nosso sistema reencaminha automaticamente a corrida a outro profissional. Sempre vai ter um condutor à disposição para atender o passageiro, a não ser que seja num horário que não tenha muitos motoristas, como de madrugada ou nos horários de pico em que eles ficam mais ocupados. Nosso trabalho é o de equilibrar a oferta e a demanda;, enfatizou Moraes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação