Simone Kafruni
postado em 31/07/2018 10:37
Após anúncio de uma futura joint venture com a gigante norte-americana Boeing, a brasileira Embraer anunciou, nesta terça-feira (31/7), números negativos no seu balanço de segundo trimestre de 2018. Segundo os dados, a companhia encerrou o período com um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 467 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 200,9 milhões registrado no mesmo período de 2017.
No critério ajustado, excluindo imposto de renda e contribuição social diferidos no período, além de itens especiais, a Embraer contabilizou lucro líquido de R$ 2,3 milhões entre abril e junho, 99,4% abaixo dos R$ 409,4 milhões anotados em igual intervalo do ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou R$ 140,4 milhões no segundo trimestre de 2018, 83,2% menor que os R$ 834,3 milhões registrados um ano antes. A margem Ebitda, por sua vez, ficou em 3,1%, contra 14,6% do segundo trimestre de 2017.
O resultado operacional (Ebit) atingiu R$ 82,8 milhões negativos, ante R$ 573,8 milhões positivos observados um ano antes. A margem Ebit ficou negativa em 1,8% no último trimestre, ante 10,1% positivos entre abril e junho de 2017.
Segundo a companhia, tanto o Ebitda quanto o Ebit foram impactados no período por um item especial e não recorrente de R$ 458,7 milhões, referente à revisão da base de custos do contrato de desenvolvimento do KC-390, avião militar, em decorrência do incidente com o protótipo 001 ocorrido em maio deste ano.
A empresa destacou ainda que o desempenho do segundo trimestre de 2017 também incluía itens especiais não recorrentes que "influenciaram positivamente o Ebit em R$ 30,9 milhões e incluiam benefício de R$ 38,6 milhões, referentes à conversão relacionada ao processo de falência da Republic Airways, e de R$ 4 milhões relativos ao Programa de Demissões Voluntárias (PDV).
Conforme dos dados apresentados, a Embraer encerrou o segundo trimestre deste ano com um caixa total de R$ 12,8 bilhões, o que implica uma posição de dívida líquida de R$ 2,7 bilhões, pior do que a posição de endividamento de R$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre, principalmente em função da variação cambial do período. No fim de junho de 2017, a companhia tinha uma dívida líquida de R$ 2,1 bilhões.
O endividamento da Embraer atingiu R$ 15,663 bilhões em junho deste ano, 12,5% maior do que o registrado em março.