Economia

Concorrência para comprar petróleo da União pode aumentar em um ano

Pré-Sal Petróleo, que anuncia oferta de 14,4 milhões de barris em contratos de 36 meses no leilão de 31 de agosto, promete entrar no mercado de exportação e de logística

Simone Kafruni
postado em 02/08/2018 17:47
A companhia anunciou que vai ofertar 14,4 milhões de barris oriundos da Área de Desenvolvimento de Mero e dos campos de Lula e Sapinhoá
As empresas brasileiras que compram petróleo da União podem ter concorrência mais acirrada daqui a um ano. Ibsen Flores, diretor-presidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal responsável pela gestão dos contratos de partilha da produção, disse, nesta quinta-feira (2/8), que a companhia pretende entrar no mercado de exportações e de logística.

[SAIBAMAIS]A companhia anunciou que vai ofertar, no 2; leilão de Petróleo da União, a ser realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), em 31 de agosto, 14,4 milhões de barris oriundos da Área de Desenvolvimento de Mero e dos campos de Lula e Sapinhoá.

A grande novidade do edital lançado nesta quinta-feira (2/8) é que a PPSA decidiu ampliar o prazo dos contratos de compra e venda, dos atuais 12 meses, para 36 meses. O edital também prevê a possibilidade de uma nova oferta com deságio. Neste caso, a opção será válida apenas para os contratos de 12 meses. Os lotes serão ofertados individualmente. Para cada área, o vencedor será a empresa que oferecer maior ágio sobre o preço de referência do petróleo (PRP), estabelecido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

;Os pretendentes solicitaram essa mudança, que aumenta a competitividade. Permite diminuir custos e dar mais previsibilidade aos compradores. Eles precisam de um horizonte maior de compra de petróleo;, ressaltou Flores. Além do maior prazo, a perspectiva da PPSA entrar no mercado exportador também vai acirrar a concorrência, destacou o presidente da estatal. ;Como temos o plano de entrar no mercado externo, o leilão de 31 de agosto é uma boa oportunidade para as empresas brasileiras comprarem petróleo da União com menos concorrência;, disse.

Ibsen Flores destacou que o objetivo da PPSA é obter as licenças para negociar o petróleo da União no mercado internacional. Por enquanto, a estatal só comercializa para empresas que operam no Brasil. ;A legislação atual já permite isso, mas nos faltam as licenças. Dentro de um ano, talvez um pouco mais, vamos exportar o petróleo da União;, estimou.

Outra restrição da PPSA é logística. A companhia não tem o navio especial de posicionamento dinâmico, resistente às condições meteorológicas da Bacia de Campos, que faz a coleta do petróleo. ;Tínhamos uma estratégia de vender na plataforma, mas percebemos que isso limita muito o mercado comprador. Então, a ideia é entrar na área da logística;, projetou.

Lotes


Mero ; Para o período de 36 meses, a produção estimada da União que será leiloada é de 10,6 milhões de barris de petróleo. Para o período de 12 meses, a produção estimada é de 1,8 milhão de barris de petróleo. A 170 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, a área faz parte da Bacia de Santos e é explorada por um consórcio formado pela Petrobras (operadora, com 40%), Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%).

Sapinhoá ; Para o período de 36 meses, a produção estimada da União que será leiloada é de 600 mil barris de petróleo e para 12 meses, de 115 mil barris de petróleo. A área faz parte da Bacia de Santos e é explorada por um consórcio formado pela Petrobras (operadora, com 45%), Shell (30%) e Repsol (25%).

Lula ; Para o período de 36 meses, a produção estimada da União que será leiloada é de 3,2 milhões de barris de petróleo e para 12 meses, de 1,1 milhão de barris de petróleo. O Campo de Lula, do consórcio BM-S-11, é operado pela Petrobras (65%), com os sócios Shell (25%) e Petrogal (10%).

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