Economia

Barreiras comerciais atrapalham exportação brasileira, aponta FGV

Entre os entraves mais comuns no mercado, estão as barreiras técnicas e fitossanitárias, que atingem alguns dos principais produtos da pauta de exportação do Brasil, como açúcar, carnes, produtos elétricos e eletrônicos e sucos de laranja

Andressa Paulino*
postado em 06/08/2018 12:51
Em 2017, o Brasil perdeu cerca de US$ 30,5 bilhões com as barreiras comerciais impostas pelos países importadores. Os dados são da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e mostram também que o valor representa em torno de 14% das exportações brasileiras. Dentre os entraves mais comuns no mercado, estão as barreiras técnicas e fitossanitárias, que atingem alguns dos principais produtos da pauta de exportação do Brasil, como açúcar, carnes, produtos elétricos e eletrônicos e suco de laranja.

De acordo com o levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com associações e federações da indústria, das 20 barreiras comerciais inseridas no Sistema Eletrônico de Monitoramento de Barreiras (SEM Barreiras) do governo federal, 17 são de membros do G20 - grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.

Com cinco produtos brasileiros barrados, o Japão lidera a lista, apresentando altas tarifas para o suco de laranja, embargos em relação à carne processada nacional, subsídio indireto que atrapalha a negociação do bagaço da cana de açúcar e discriminação na massa brasileira por conta do uso de conservante TBHQ. Entre os países que estão listados no SEM Barreiras se destacam também os Estados Unidos, com aplicação de cotas para produtos lácteos, México, que barra produtos elétricos e eletrônicos do país, e a União Europeia, que não compra carne suína brasileira pelo não reconhecimento de qualidade.

Coalizão

Pensando na série de entraves que atrapalham a ampliação do comércio externo do país, a Confederação Nacional da Indústria lança hoje a Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras (CFB). De acordo com a instituição, a medida atacará, entre outros gargalos, barreiras que prejudicam as exportações brasileiras.

A coalizão, presidida pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, irá reduzir tempos e custos dos processos de exportação e importação, para que, com isso, promova a agenda de facilitação do comércio exterior no país. ;Num contexto de aumento do protecionismo, queremos, com a coalizão trabalhar a competitividade tanto da porta para dentro do Brasil, com facilitação de comércio, quanto para fora, com eliminação de barreiras;, afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

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