Economia

Presidenciáveis apresentam propostas para retomada da economia

Encontro batizado de Futuro do Brasil contou com as participações de Marina Silva e Geraldo Alckmin e ainda contará com Álvaro Dias, Ciro Gomes e Henrique Meirelles

postado em 06/08/2018 15:40
Segundo a Coalizão pela Construção, o setor tem papel central para a geração de emprego formal e renda e responde por mais de 50% do investimento no Brasil
Propostas para a retomada do crescimento da economia brasileira foram apresentadas por candidatos a presidente da República no evento O Futuro do Brasil na Visão dos Presidenciáveis 2018, promovido pela Coalizão pela Construção, que reúne 26 entidades representativas da indústria da construção.
[SAIBAMAIS]Realizado hoje (6/8), em Brasília, o encontro teve a participação pela manhã de Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). À tarde, será a vez de Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), e Henrique Meirelles (MDB) debaterem os principais pontos dos seus programas para a recuperação da atividade econômica, especialmente do setor da construção civil.

Marina Silva prevê mais recursos para infraestrutura

A empresários da construção civil, a candidata da Rede destacou que, para a retomada do setor, sua agenda econômica prevê a ampliação dos recursos para a infraestrutura. Ela citou o aperfeiçoamento do programa Minha Casa, Minha Vida para sanar o déficit de moradias. ;Urge combater os guetos de pobreza com moradias sustentáveis, em bairros com infraestrutura;, afirmou.

;Universalizar o saneamento básico é uma das principais metas de nosso programa de governo. É uma medida essencial para a qualidade de vida da sociedade, para o meio ambiente e as atividades econômicas que dependem de água limpa como agricultura e turismo;, acrescentou.

Marina destacou que, se eleita, vai investir em energia renovável, obras de drenagem, mobilidade urbana e geração de energia para movimentar a economia. Ela ressaltou que o licenciamento ambiental deve ser aperfeiçoado para trazer agilidade para as obras sem perder de vista a qualidade dos projetos.

Para destravar a economia, a candidata defendeu a diversificação e maior competitividade no setor de crédito, como, por exemplo, a entrada das Fintechs (empresas de tecnologia no setor financeiro). Marina lembrou da importância do cadastro positivo que tramita no Congresso Nacional. O texto-base foi aprovado na Câmara, mas faltam ser votados dez destaques ao projeto

Em diversos momentos de seu discurso, Marina destacou a importância do combate à corrupção para atrair investimentos e afirmou que a Operação Lava Jato não será ;sabotada;, caso seja eleita.

Alckmin defende retomada de obras paradas

Alckmin afirmou que, em um eventual governo do PSDB, vai trabalhar para concluir as obras paralisadas no país. ;Tem muita obra parada, como a [ferrovia] Transnordestina. Vamos terminar o mais rápido possível. Estamos estudando a maneira de fazê-lo: ter uma empresa nova para essa obra ser concluída e o setor privado participa dessa empresa nova e conclui a obra. Tem vários modelos que estamos estudando;, disse em entrevista após discursar no evento.

O tucano destacou que o valor arrecadado pelo governo federal, de cerca de R$ 3 bilhões, das empresas de saneamento com a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Pasep, será devolvido em investimentos em água e esgoto, caso seja eleito. ;Teremos todo o empenho na infraestrutura e logística no país;.

Para aumentar a oferta de crédito do país, Alckmin, disse que seu programa pretende aumentar o número de instituições bancárias e a competitividade no setor. Também destacou que não há definição sobre uma possível privatização de bancos públicos. ;Setor bancário e Petrobras na prospecção de águas profundas, vamos manter estatal;, acrescentou.

O tucano ressaltou, entretanto, que pretende quebrar ;na prática; o monopólio do refino, que ;hoje 99% está na mão da Petrobras;, para aumentar a competição na área e os investimentos no país.

Alckmin ainda defendeu a revisão do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal, para que todo os recursos do FGTS sejam destinados para projetos de moradia, mobilidade e infraestrutura.

Coalizão pela Construção

Segundo a Coalizão pela Construção, o setor tem papel central para a geração de emprego formal e renda e responde por mais de 50% do investimento no Brasil. No entanto, dizem as entidades, por causa da crise econômica que combina forte retração no crédito para empresas e redução significativa da renda das famílias, a construção civil tem enfrentado fortes perdas nos últimos anos, sendo o único setor da indústria que não acompanhou os recentes sinais de reação da economia.

A agenda estratégica da indústria da construção, em documento enviado aos presidenciáveis, propõe medidas para reverter a retração do setor. O ponto principal dessa pauta é a retomada do investimento, com foco na infraestrutura, na habitação e no mercado imobiliário, e na geração de empregos.

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