Economia

Aneel aprova reajuste de energia de 24,42% em São Paulo

Aumentos na conta de luz têm sido acima de 15% pelo país, o que pode pressionar a inflação. Em reunião nesta terça, diretoria da agência também aprova desverticalização da Amazonas Energia

Simone Kafruni
postado em 21/08/2018 12:15
Homem segura lâmpada acesa com cifrão dentro
Em reunião nesta terça-feira (21/8), a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), comandada por André Pepitone da Nóbrega, aprovou três reajustes tarifários de energia, todos acima de 15%. As 2,6 milhões de unidades consumidoras da Elektro terão o maior reajuste, com alta média de 24,42%,a partir da próxima segunda-feira.

A companhia atende 223 municípios do interior de São Paulo e cinco do Mato Grosso do Sul. As indústrias, que consomem alta tensão, sofrerão alta de 26,75%, enquanto as residências terão as contas majoradas em 23,20%. Segundo a Aneel, o que mais influenciou no reajuste da Elektro foram os chamados componentes financeiros, ;principalmente relacionados à aquisição de energia e ao risco hidrológico;.

;Sozinhos, os componentes financeiros responderam por 13,36 pontos porcentuais do reajuste médio de 24,42% aprovado. Por outro lado, esse mesmo efeito financeiro tende a atenuar, em 2019, o próximo processo tarifário da distribuidora;, destacou.

A Companhia Energética do Maranhão (Cemar), concessionária atende 2,4 milhões de unidades consumidoras localizadas em 217 municípios do Maranhão, foi autorizada pelo órgão regulador a promover um reajuste médio de 16,94%, que entrará em vigor a partir de 28 de agosto. As indústrias terão aumento de 17,86% e as residências, de 16,77%. Novamente, segundo a Aneel, a aquisição de energia e o risco hidrológico foram responsáveis pelo maior impacto na tarifa, respondendo por 10,53 pontos porcentuais de 16,94%.

Na Paraíba, 1,4 milhão de unidades consumidoras em 216 municípios atendidos pela Energisa Paraíba Distribuidora de Energia (EPB) terão reajuste médio de 15,73% nas faturas de eletricidade a partir da terça-feira que vem. O preço da energia e o risco hidrológico responderam por 8,73 pontos porcentuais da variação. As indústrias terão aumento de 16,75% e as residências, de 15,41%.

Outras pequenas distribuidoras também foram autorizadas a reajustar a energia: a Forcel (PR), que atende 7,6 mil unidades consumidores, terá aumento médio de 29,86%; a Força e Luz João Cesa (SC), de 8,66%; e a Cooperativa Aliança, que atende 37,4 mil unidades no Sul de Santa Catarina, de 14,38%.

Desverticalização

A Aneel também aprovou a cisão dos ativos Amazonas Energia. A companhia, ex-subsidiária da Eletrobras, atua em distribuição, geração e transmissão de energia. Como o governo pretende leiloar a distribuidora Amazonas, junto com outras cinco empresas da Eletrobras que atuam no Norte e Nordeste, precisava primeiro conseguir aprovação da Aneel para desverticalizar a companhia.

Assim, a distribuidora será vendida e a Amazonas Geração Transmissão (GT) permanece com a holding. A cisão já tinha sido determinada por lei. Com a aprovação da Aneel, a distribuidora poderá continuar a receber pagamentos referentes à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).

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