Agência Estado
postado em 22/08/2018 10:29
Os juros futuros subiram na abertura e caíram em seguida, nesta quarta-feira (22/8), mas depois retomaram a alta na esteira dos ajustes do dólar ante o real. Após ter começado a sessão com viés de alta de 0,08%, na máxima de R$ 4,0445 naquele momento, o dólar à vista recuou à mínima de R$ 4,0320 (-0,23%). Na sequência, retomou o sinal positivo e registrou nova máxima aos R$ 4,0890 (%2b1,18%). Às 10h17, o DI para janeiro de 2020 subia a 8,56%, de 8,52% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 marcava 9,70%, de 9,66%, enquanto o DI para janeiro de 2023 exibia 11,39%, de 11,35% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 estava em 12,17%, de 12,12% no ajuste de ontem. No câmbio, o dólar à vista subia 0,73%, a R$ 4,0710. O dólar futuro de setembro avançava 0,46%, a R$ 4,0740.
O catalisador da alta é a cautela com as eleições, após pesquisa Datafolha mostrar o ex-presidente Lula avançando e com grande vantagem em relação a seus adversários. Os juros mais curtos mostram ainda viés de alta nesta véspera de divulgação do IPCA-15.
Na terça-feira os juros futuros já fecharam em alta de até 40 pontos-base e o dólar fechou acima dos R$ 4,00 pela primeira vez em 30 meses, refletindo o temor de um segundo turno entre um candidato do PT e Jair Bolsonaro (PSL), após o resultado da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo.
Caso Lula seja impedido pela Justiça de disputar as eleições, ele deve ser substituído pela ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o candidato a vice na chapa. Haddad aparece com 4% na pesquisa Datafolha, mas também é o que tem menor rejeição, com 21%, enquanto Bolsonaro é o que tem mais rejeição (39%) e em seguida vem Lula (34%).
A agenda de indicadores doméstica é esvaziada nesta quarta. No exterior, há compasso de espera pela ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (15 horas). Deve ocorrer nesta quarta também a nova rodada de negociações comerciais entre EUA e China, em Washington, sem horário previsto. Há ainda cautela política nos EUA, após Michael Cohen, ex-advogado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter fechado um acordo de delação premiada com procuradores federais, o que coloca os futuros de Nova York em baixa.