Hamilton Ferrari
postado em 23/08/2018 11:05
A arrecadação do governo federal foi de R$ 129,6 bilhões em julho, o que representa uma alta real (descontada a inflação) de 12,83% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o melhor desempenho de julho desde 2011, quando a Receita Federal contabilizou R$ 137,3 bilhões em ganhos.
Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (23/8) pelo Fisco. Segundo as estimativas dos analistas de mercados, presentes no Relatório Prisma Fiscal (divulgado pelo Ministério da Fazenda com as projeções de economistas), era aguardada uma arrecadação de R$ 119,1 bilhões. Ou seja, julho surpreendeu positivamente.
No acumulado do ano, os ganhos foram de R$ 843,8 bilhões, o que representa uma alta real de 7,74% em comparação com o mesmo período de 2017. Já no acumulado de 12 meses (agosto de 2017 e julho de 2017), a arrecadação contabilizou R$ 1,427 trilhão, registrando alta de 4,65%.
De acordo com o resultado de julho, a arrecadação foi impulsionada por fatores não recorrentes. Esses efeitos representam ganhos de R$ 27,7 bilhões. Isto é, sem eles, o resultado geral do mês ficaria em R$ 118,7 bilhões (o melhor desde 2015), o que representa uma alta de 8,38% em comparação com julho de 2017.
Entre os ganhos não recorrentes estão o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), mais conhecido como Refis, que gerou ganhos de R$ 1,03 bilhão ao caixa do governo federal. A medida foi adotada em 2017 para dar descontos e parcelar dívidas de empresas inadimplentes com a Receita Federal.
Além disso, o governo federal arrecadou 102% a mais do que o ano passado com o PIS-Cofins sobre os combustíveis. Em julho de 2017 a equipe econômica anunciou aumento da tributação. Somou R$ 2.517 bilhões em julho.
O maior efeito extraordinário ocorreu por parte do Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que contabilizou R$ 24,2 bilhões. O resultado representa um crescimento real de 28% o que demonstra a melhora dos resultados das empresas e a redução nos valores compensados contra a estimativa mensal.