Agência Estado
postado em 28/08/2018 18:22
O Ibovespa operou durante todo o pregão no terreno negativo, mas, ainda assim, conseguiu se manter na região dos 77 mil pontos, diante da baixa volatilidade e giro financeiro novamente abaixo da média mensal. O principal índice do mercado de ações encerrou o tempo regular dos negócios em queda de 0,59%, aos 77.473,18 pontos e volume de R$ 8 bilhões.
As incertezas internas e o ambiente externo fazem com que os gestores sigam cautelosos para assumir grandes posições. No entanto, não deixam de aproveitar para consumir a "gordura" criada no dia-a-dia do mercado, como mostra o comportamento do Ibovespa na sessão de hoje após a alta de mais de 2% ontem. Para Marco Tulli Siqueira, gestor de renda variável da Coinvalores, o índice se manterá no "túnel" entre os 70 mil e 80 mil pontos, com muita volatilidade causada pela cena política.
A crise da vizinha Argentina é monitorada pelos investidores, mas não reverberou por aqui, de acordo com analistas. O Banco Central daquele país realizou leilões de dólares com a intenção de conter a depreciação do peso. A desvalorização da moeda local é consequência de problemas ficais e nas contas externas que levaram o BC local a elevar a taxa de juros básica a 45% ao ano.
Do ponto de vista técnico, profissionais de renda variável lembram que à medida que o dólar sobe, as ações de empresas brasileiras ficam mais baratas aos olhos dos investidores estrangeiros. Nesse sentido, a divisa dos Estados Unidos iniciou o mês de agosto por volta dos R$ 3,75 e encerrou o pregão da última sexta-feira cotada a R$ 4,10, ou seja, uma valorização de pouco mais de 9%. Nesse mesmo período, o fluxo de recursos registrado como de investidores estrangeiros na Bolsa ficou positivo em R$ 2,795 bilhões até dia 24, segundo informou a B3. Os aportes ajudaram a reduzir o saldo negativo acumulado no ano que, no dia 1º deste mês estava em R$ 6,949 bilhões, para R$ 3,366 bilhões.
O dólar também seguiu influenciando o comportamento de algumas empresas exportadoras, como Braskem que fechou em alta de 1,01%, Fibria (1,49%) e Klabin (0,97%).