Agência Estado
postado em 04/09/2018 14:17
A nota enviada anteriormente contém uma incorreção no texto. Na Bolsa de Londres, o índice correto é o FTSE 100. A cotação está correta. Segue o texto corrigido.
Os mercados acionários da Europa fecharam em queda nesta terça-feira, 4, em mais um dia de tensão com as tratativas comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros, além da preocupação em meio ao risco de contágio com a crise cambial em economias emergentes. A única exceção foi a Bolsa de Milão, que registrou alta diante de indicações que o orçamento do próximo ano fiscal não vai exceder o teto estipulado pela União Europeia (UE). O índice Stoxx-600 recuou 0,70% nesta sessão, aos 379,83 pontos.
Em Paris, o índice CAC 40 registrou queda de 1,31%, aos 5.342,70 pontos, enquanto o DAX, de Frankfurt, recuou 1,10%, para 12.210,21 pontos. O Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou estável, aos 9.376,30 pontos, enquanto Lisboa teve queda de 0,76%, para 5.368,78 pontos.
O cenário de cautela em relação ao comércio se impõe em meio às expectativas pelas negociações entre os EUA e o Canadá, que continuam nos próximos dias. Apesar de não terem firmado acordo na última semana, ainda existe a possibilidade de que Ottawa se junte ao tratado selado entre americanos e mexicanos. Ao mesmo tempo, investidores monitoram possíveis novas tarifas de Washington sobre US$ 200 bilhões de produtos chineses, que poderiam ser impostas ainda esta semana.
A situação entre os emergentes também contribui para pressionar as bolsas europeias, mesmo que os bancos centrais da Argentina e da Turquia atuem para tentar controlar a crise financeira e cambial nos países.
Enquanto investidores monitoram o risco de contágio a outras economias, são aguardadas mais novidades sobre o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país vizinho, já que ocorre nesta terça um encontro entre o ministro da Fazenda, Nicolas Dujovne, e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
Em Londres, onde o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,62%, aos 7.457,86 pontos, o Brexit continua no centro das atenções. Em discurso ao Comitê do Tesouro do Parlamento britânico, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, tentou minimizar os impactos de uma saída da UE sem um acordo.
Além de ressaltar que a instituição está comprometida a fazer "todo o necessário" para que o sistema financeiro do Reino Unido mantenha seu vigor mesmo sem um entendimento entre o país e o bloco, destacou que um cenário com acordo ainda é o mais provável.
A exceção neste dia de negociações foi a Bolsa de Milão, impulsionada em meio a relatos de que o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, teria sugerido que os gastos ficariam levemente acima de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no orçamento de 2019, bem abaixo do teto para o endividamento público estipulado pela UE, de 3%, de acordo com fontes de seu partido Liga Norte. No domingo, Salvini chegou a dizer que seu país poderia "tocar gentilmente, sem superar" o teto estabelecido pelo bloco.