Economia

Na volta do feriado, bolsas de NY fecham em baixa por cautela com comércio

Negociações comerciais com o Canadá, novas tarifas para a China e relatório de emprego influem decisões de investidores

Agência Estado
postado em 04/09/2018 18:40

Negociações comerciais com o Canadá, novas tarifas para a China e relatório de emprego influem decisões de investidores

As bolsas dos EUA iniciaram o mês de setembro em baixa, com os investidores cautelosos de olho nas negociações comerciais com o Canadá e preocupados com a possibilidade de novas tarifas dos EUA contra produtos chineses, além da expectativa com dados econômicos, sobretudo o relatório de emprego (payroll).

Após três dias sem negociações devido ao feriado do Dia do Trabalho na segunda-feira, o índice Dow Jones caiu 0,05%, aos 25.952,48 pontos, o Nasdaq perdeu 0,23%, aos 8.091,25 pontos e o S 500 recuou 0,17%, aos 2.896,72 pontos. Papéis do setor bancário contribuíram para limitar as perdas, com o JPMorgan em alta de 0,50% e o Bank of America com ganho de 0,68%.

Analistas esperam que o comércio permaneça no foco do mercado esta semana, com negociações sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), sendo retomadas na quarta-feira. As ameaças de fim de semana do presidente americano, Donald Trump, de deixar o Canadá fora de um novo Nafta mantiveram as bolsas na Europa e na Ásia no vermelho na segunda-feira, refletindo hoje em Wall Street.

O resultado das negociações do Nafta "nos dará uma ideia se esses conflitos comerciais estão cada vez mais concentrados na China, ou se ainda há um elemento global", disse Witold Bahrke, estrategista sênior de macro do Nordea Asset Management, acrescentando que, se essas tensões forem limitadas aos EUA e à China, o impacto sobre o crescimento global provavelmente será menor.

Além disso, rumores de que os EUA possam aplicar novas tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China ainda nesta semana pesaram no humor do mercado. Diante disso, as ações de empresas de setores de materiais e industrial foram penalizadas, uma vez que são sensíveis às políticas comerciais.

A empresa de mineração Freeport-McMoRan caiu 4,1%, após queda generalizada nos preços dos metais. Já a fabricante de produtos de alumínio Arconic caiu 1,3% e a fabricante de máquinas agrícolas Deere recuou 1,5%.

Enquanto isso, os declínios na Nike pesaram sobre o índice Dow Jones. As ações da gigante do setor esportivo perderam 3,2%, depois que a companhia disse que apresentaria Colin Kaepernick, o quarterback da Liga Nacional de Futebol que liderou protestos de jogadores durante o hino nacional, em uma nova campanha publicitária.

Por outro lado, a Amazon.com avançou 1,3% e fechou em US$ 2.039,51, superando brevemente o nível necessário para elevar seu valor de mercado acima de US$ 1 trilhão.

Entre os indicadores do dia, o índice de atividade industrial elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 58,1 em julho para 61,3 em agosto, superando a expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, de queda a 57,5.

Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial dos EUA caiu de 55,3 em julho para 54,7 em agosto, registrando o menor nível em nove meses, informou a IHS Markit. Já os investimentos em construção nos Estados Unidos tiveram crescimento de 0,1% em julho, na comparação com o mês anterior. A previsão era de alta de 0,5%. De olho nos próximos indicadores, o mercado aguarda com cautela o payroll, que será divulgado na sexta-feira. (Com informações da Dow Jones)

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