Agência Estado
postado em 06/09/2018 10:18
O dólar abriu e segue em queda ante o real numa manhã de exterior favorável, reação positiva a Ibope e deflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) maior que o esperado. O bom desempenho das pares do real no exterior - sobretudo peso mexicano e lira turca - e a tensão momentaneamente reduzida em meio a discussões sobre o comércio global são a principal contribuição para o fortalecimento da moeda brasileira.
Essa é a avaliação do sócio e gestor da Absolute Investimentos Roberto Serra.
Em segundo plano, fica a reação, inicialmente, positiva do mercado aos resultados da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, na avaliação de Serra. "A pesquisa indica ter sido marginalmente positiva. Mas não digo que é o principal vetor para a queda do dólar agora", disse o gestor.
A deflação de 0,09% em agosto, segundo o IPCA, também afeta, ainda que indiretamente, o câmbio. O resultado reforça a expectativa de economistas de manutenção da Selic em 6,50% ao ano na reunião do Copom deste mês (dias 18 e 19), na avaliação do sócio da Absolute. Os juros futuros caem desde cedo principalmente por conta disso.
Às 9h32, o dólar à vista caía 0,83% aos R$ 4,1077. O contrato para outubro da moeda americana recuava 0,87% aos R$ 4,1180.
As mínimas do dólar à vista foram registradas após a divulgação da pesquisa ADP. O setor privado dos Estados Unidos criou 163 mil empregos em agosto, após ajustes sazonais. O resultado superou a expectativa de 190 mil, feita pelos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Além disso, a ADP informa que a geração de vagas no setor privado de julho foi revisada em baixa, de 219 mil antes informado para 217 mil.
Um operador do mercado de câmbio, entretanto, não descarta que o investidor assuma uma postura mais cautelosa ao longo da sessão. Na sexta-feira, 7, quando os EUA divulgam o "payroll" (indicador do mercado de trabalho observado pelo BC americano), os mercados domésticos estarão fechados em razão do feriado pelo Dia da Independência.