Andressa Paulino*
postado em 07/09/2018 07:00
Em meio a um cenário de alta inadimplência e de índices de desemprego elevados, o consumidor encontra dificuldade para manter as contas em dia. Apenas 13% dos brasileiros estão no azul, ou seja, com sobra de recursos para consumir ou fazer investimentos. Os dados do Indicador de Uso do Crédito, apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostram que a renda de 35% dos brasileiros é insuficiente para pagar as contas em dia. Já 46% dos entrevistados afirmam estão no zero a zero, não têm sobras nem falta de dinheiro.
De acordo com a pesquisa, dois em cada 10 brasileiros tiveram o crédito negado ao tentar parcelar uma compra. O percentual, que representa 19% dos consumidores, aumentou em relação aos 17% de junho. De acordo com os entrevistados, a restrição do CPF foi responsável pela negação de crédito para 39%; seguida da renda insuficiente, com 18%; e a falta de comprovação de renda, com 12%.
Cuidados
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a recuperação econômica abaixo das expectativas intensificam os cuidados das instituições financeiras e do comércio com as políticas de concessão de crédito. ;Por mais que permissões de financiamento sejam negadas e isso frustre o consumidor, a liberação sem critérios mínimos aumentaria o risco de inadimplência e endividamento excessivo;, afirmou.
O levantamento constatou também que a maior parte dos consumidores utiliza o crédito de forma inadequada. Pela pesquisa, 44% dos que contraíram empréstimos e financiamentos atrasaram parcelas da dívida em algum momento. Desses, 18% ainda possuem pendências com o pagamento. O cartão de crédito liderou o ranking, como a modalidade mais utilizada por 38% dos consumidores.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, essa modalidade de financiamento precisa ser melhor avaliada na hora do consumo. ;O cartão pode ser um aliado, no entanto, o brasileiro o utiliza de forma inadequada e isso faz com que as dívidas tomem grande proporção da renda do brasileiro; explicou.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira