Economia

Gasolina está mais cara em 13 unidades da Federação

No Tocantins, alguns postos cobram até R$ 6,29 pelo litro. Dólar valorizado e consumo maior de Índia e China elevam preço internacional

Andressa Paulino*
postado em 12/09/2018 06:00
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Mesmo após a Petrobras ter anunciado uma nova política de preços com reajustes quinzenais, a cotação do dólar ainda impulsiona o preço do combustível no país. Em 13 estados brasileiros, o combustível já ultrapassa os R$ 5. Os dados da Síntese dos Preços Praticados, pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que, no Tocantins, é possível encontrar a gasolina por R$ 6,29.

De acordo com o levantamento, consumidores de estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Acre e Tocantins são os que mais sofrem com o alto preço da gasolina. Enquanto o preço médio do combustível fica em torno de R$ 4,14 em Santa Catarina, no Acre, atinge R$ 5,07. No Rio, R$ 4,96, enquanto em Minas e Tocantins a média é de R$ 4,80.

Segundo o economista e professor do Curso de Especialização em Mercado Financeiro e Investimentos da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo, o preço da gasolina tem grande influência da cotação do dólar, que impulsiona o valor dos barris de petróleo. ;A cotação do dólar está em alta há alguns dias, o reajuste está chegando agora nas bombas;, explicou.

Outro fator que impulsiona o preço da gasolina é o consumo do combustível no exterior. De acordo com Bergo, Índia e China estão consumindo mais energia proveniente do petróleo e isso valoriza o produto, que, de acordo com a lei de oferta e demanda, se torna mais caro. ;Com o consumo aumentando nesses países, o combustível é mais valorizado, já que temos um limite mundial de produção;, acrescentou.

Para Patricia Agra, sócia da área de defesa da concorrência do L.O. Baptista Advogados, há também razões internas que não permitem uma redução no preço do combustível. Entre elas, estão o tabelamento do frete, regulamentado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), e a incerteza política causada no período eleitoral.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

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