Economia

Klabin anuncia investimento de R$ 32 milhões em Planta Piloto no Paraná

Companhia pretende melhorar desenvolvimento de novos produtos e também

Rosana Hessel - Enviada Especial
postado em 12/09/2018 13:12
Ilustração de resmas de papel
São Paulo ; Apesar das incertezas na economia e ma política no país, a fabricante de papeis Klabin anunciou um novo investimento de R$ 32 milhões em um Parque de Plantas Piloto para o desenvolvimento de novos produtos. Essa nova unidade vai permitir simulações de uma unidade fabril, onde serão realizados estudos e testes inicialmente com dois produtos: celulose microfibrilada (MFC), que aumenta a resistência do papel, e a lignina, um dos bioprodutos da madeira e que dá sustentação à árvore, e, portanto, mais rigidez ao papel.

A instalação, de 500 metros quadrados, ficará próxima ao centro tecnológico da Klabin na fábrica da empresa, em Telêmaco Borba, no Paraná. A maior parte do investimento será em tecnologia embarcada uma vez que a instalação contará apenas com oito funcionários.

A celulose microfibrilada futuramente será incorporada às linhas de produção de papel da companhia, potencializando melhor qualidade e resistência aos produtos Klabin, e a lignina, neste caso, para fins comerciais, permitindo à empresa adentrar em novos mercados de produtos renováveis e sustentáveis. A empresa possui ligninas de pinus, de eucalipto e da mescla das duas espécies, utilizadas em produtos diferenciados.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (13/09), em São Paulo, durante a abertura do Klabin Inova, evento realizado na Oca do Parque Ibirapuera e que termina amanhã, com exposição de fotos e de esculturas de animais feitas com papel cartão e oficinas voltadas para a sustentabilidade.

A Klabin também divulgou o lançamento de um novo produto: o KlaCup Bio, copo 100% biodegradável, sem qualquer adição de material plástico. A novidade, contudo, ainda está em desenvolvimento e a previsão dos executivos é iniciar a comercialização no quarto trimestre de 2019.

Neste ano, a companhia iniciou a produção de copos de papel, o KlaCup Natural, desenvolvido pelo centro tecnológico e que utiliza polietileno para a impermeabilização e a selagem da lâmina de papel cartão dos copos. Atualmente, esse produto já é exportado para Coreia do Sul, Argentina e Chile. ;O mercado hoje é de 2,4 milhões de toneladas, mas o potencial de crescimento é grande diante das proibições de copos de isopor e aumento da demanda por produtos sustentáveis;, afirmou o diretor geral da Klabin, Cristiano Teixeira. Segundo ele, o Brasil ainda há um mercado a ser explorado internamente, pois o país importa muito copos de papel cartão, e a demanda está crescendo.

Fundada em 1899, a Kabin é a maior produtora e exportadora de papeis para embalagens do Brasil. A companhia possui 17 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, e investe R$ 350 milhões por ano apenas na manutenção de suas instalações atuais. Teixeira admite que, por enquanto, devido às incertezas no cenário político, a empresa não tem planos de ampliação. Contudo, o Centro-Oeste é uma das regiões que a companhia vem olhando para o futuro de unidades de conversão de produtos, como papelão e copos.

De acordo com o diretor de tecnologia industrial da Klabin, Francisco Razzolini, a empresa investe 0,35% do faturamento líquido em tecnologia, mas a ideia é ampliar esse percentual gradualmente para 0,5%. ;Não temos um prazo estipulado, mas vamos desenvolvendo os trabalhos e aprovando ao longo do caminho. A gente entende que o uso da tecnologia é fundamental para nosso desenvolvimento;, afirmou.

No momento atual, com forte volatilidade do câmbio, o Teixeira afirmou que a desvalorização do real neste ano vem sendo positiva para a empresa, que exporta metade da produção. ;O dólar alto ajuda o resultado da Klabin e não cria impactos negativos em função das exportações, que acabam sendo um ;hedge natural;. A variação cambial não interfere na capacidade de geração de caixa da empresa. Estruturalmente, o dólar mais alto beneficia a Klabin;, resumiu.

A receita líquida da Klabin no segundo trimestre de 2018 subiu 13% na comparação anual, para R$ 2,235 bilhões. No entanto, a empresa registrou prejuízo de R$ 955 milhões no período, conforme dados divulgados em julho.

*A jornalista viajou a convite da Klabin.

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