Economia

Brasil fica estagnado em ranking de competitividade; Rio e Acre despencam

O Distrito Federal apresentou evolução e ultrapassou estados como o Paraná. De acordo com o estudo, com a melhora de desempenho em questões como Segurança Pública o estado conquistou o terceiro lugar do ranking geral

Andressa Paulino*
postado em 14/09/2018 10:00
Segundo o levantamento, o Rio de Janeiro despencou quatro posições no ranking
Apesar de o país estar passando por uma retomada econômica, os efeitos da crise ainda afetam o ranking de competitividade dos Estados de 2018. De acordo com o estudo realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria Integrada e Economist Intelligence Unit, diversos estados como Rio de Janeiro e Acre impulsionam o índice do país a um patamar estagnado desde 2015, enquanto Alagoas e Espírito Santo se destacam nos avanços de políticas públicas e sobem de colocação.

[SAIBAMAIS]Segundo o levantamento, o Rio de Janeiro despencou quatro posições no ranking. Ocupando 13; posição em 2018, há cinco anos o estado apresenta queda nas avaliações. Desde 2016 o Rio tem enfrentado uma forte deterioração fiscal, com déficits primários grandes e um estoque de dívida crescente, que acumula mais de R$ 90 bilhões, segundo dados do Banco Central.

Para a diretora executiva do CLP, Luana Tavares o estado apresentou também grande dificuldades na questão da Segurança Pública. ;Há uma Segurança Pública ainda muito precária no Rio de Janeiro. Esse saldo negativo somado a piora de outros pilares fez com que o estado perdesse competitividade;, explicou.

Outro estado que sofreu queda na avaliação foi o Acre. Apesar da melhora no ano anterior, que o fez subir cerca de seis posições, em 2018 o desempenho do governo acreano caiu oito pontos. Ficando em último lugar no ranking, o que representa a 27; posição, o estado vive uma das mais graves crises de violência no país causadas pelas facções do crime organizado.

Já estado de Alagoas surpreendeu positivamente e avançou em 2018 oito posições no ranking geral, conquistando a 16; posição. Além de ser o mais bem colocado em Solidez Fiscal, o estado também apresentou melhora no desempenho em Segurança Pública, Sustentabilidade Ambiental, Educação e Sustentabilidade Social. No entanto, apesar da evolução, as primeiras colocações foram para os estados de São Paulo e Santa Catarina, que conquistaram respectivamente a primeira e a segunda colocação no ranking.

De acordo com Luana, o país como um todo se manteve estagnado. E os principais fatores para essa paralisação dos índices foram a crise fiscal e questões políticas ligadas a questões como corrupção. ;A média brasileira de competitividade é de 49,5%, enquanto em 2015 estávamos no patamar de 44%. Isso quer dizer que o país evoluiu muito pouco em questões ligadas a competição;, destacou.

Para ela a crise ainda mostra seus reflexos nos índices, principalmente os regionais. ;A crise chegou e a gente ainda vê alguns resquícios dela, por exemplo, temos um déficit muito grande na previdência que precisa ser resolvido. É muito importante que haja uma reforma, porque os gastos são crescentes e a arrecadação está caindo;, apontou a diretora executiva.

Distrito Federal

O Distrito Federal apresentou evolução e ultrapassou estados como o Paraná. De acordo com o estudo, com a melhora de desempenho em questões como Segurança Pública o estado conquistou o terceiro lugar do ranking geral, ficando atrás apenas para São Paulo e Santa Catarina.

No quesito Segurança Pública o DF saltou da 9; para a 3; colocação. A alta foi puxada principalmente pela melhora nos indicadores relativos ao déficit carcerário e segurança pessoal e patrimonial. A Unidade da Federação continua ainda na primeira colocação em desempenhos relacionados ao Capital Humano e Sustentabilidade Ambiental e apresentou melhora em Potencial de Mercado, indo da sexta para a quinta colocação, e Infraestrutura, saindo do 11; para o oitavo lugar.

No entanto a capital federal perdeu posições em assuntos relacionados a Sustentabilidade Social, saindo do quarto para o sexto lugar, Educação, indo do quinto para o sétimo, e inovação, ganhando a sexta posição ante a sétima do ano anterior. O pior desempenho do DF, no entanto, ocorreu na Solidez Fiscal, quesito em que se encontra na 22; colocação.

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