Agência Estado
postado em 14/09/2018 18:10
Uma recuperação mais robusta de ações de primeira linha conduziu o Índice Bovespa a uma alta de 0,99% nesta sexta-feira, 14, aos 75.429,09 pontos. A valorização ocorreu em meio ao noticiário eleitoral mais ameno, apesar da expectativa por novas pesquisas de intenção de voto. No acumulado da semana, no entanto, o índice contabilizou perda de 1,29%, reflexo principalmente das incertezas quanto à formação do segundo turno da eleição presidencial.
Operadores afirmaram que a proximidade do vencimento do mercado de opções sobre ações, na segunda-feira (17), exerceu importante influência para o resultado do Ibovespa no final do dia. Petrobras PN (+0,43%), Vale ON (+2,64%) e Itaú Unibanco PN (+1,76%), principais papéis negociados no exercício, foram também os mais negociados hoje e os que mais contribuíram para impulsionar o índice.
Até o início da tarde, o Ibovespa já havia percorrido o terreno positivo e o negativo, ao sabor de influências externas. As bolsas de Nova York tiveram um pregão de instabilidade, influenciadas, entre outros fatores, pelos relatos de que o presidente Donald Trump irá prosseguir com as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Foi nesse ambiente que o Ibovespa registrou mínimas, após as 13h, até os 74.444,78 pontos (-0,32%). O rompimento do suporte dos 75 mil pontos gerou uma recuperação gradativa, iniciada pelos papéis da Vale, e houve um posterior descolamento de Nova York.
A recuperação das ações, no entanto, não escondeu a cautela do investidor ante o cenário eleitoral indefinido. É esperada para perto das 19h a divulgação da pesquisa de intenções de voto do Datafolha. Será o primeiro levantamento de um grande instituto de pesquisas após o PT ter formalizado Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, como candidato à Presidência, no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva. Para a próxima semana, já estão marcadas as divulgações das pesquisas CNT/MDA, na segunda-feira, e Ibope/Estadão/Rede Globo, na terça.
"O cenário eleitoral está cada vez mais complexo, com Jair Bolsonaro em uma zona de indefinição muito grande, sem capacidade de gerir sua campanha, e em meio a diversos ruídos em relação ao futuro de sua campanha", disse Shin Lai, estrategista da Upside Investor.