Economia

Copom mantém Selic em 6,5% ao ano pela quarta reunião seguida

Comunicado do BC, contudo, sinaliza a possibilidade de elevação da Selic, dependendo do resultado das eleições presidenciais

Rosana Hessel
postado em 19/09/2018 18:23
Homem observa com binóculo em cima de gráficos de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic (taxa básica de juros) em 6,5% ao ano pela quarta reunião seguida. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (19/09) após o segundo dia do encontro dos oito diretores mais o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, foi unânime, mas o órgão não descarta riscos à frente.

De acordo com o comunicado do BC, os indicadores recentes da atividade econômica ;evidenciam recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual que o vislumbrado no início do ano;. ;O cenário externo permanece desafiador, com redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes. Os principais riscos seguem associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas e a incertezas referentes ao comércio global;, afirmou a nota. Para a autoridade monetária, as diversas medidas de inflação subjacente ;se encontram em níveis apropriados; e afirmou ainda que reformas e ajustes são ;essenciais; para que o custo de vida continuem em níveis baixos em médio e longo prazos e para a queda do juro estrutural e recuperação sustentável da economia.

A manutenção da Selic era esperada pelo mercado e as apostas são de manutenção do patamar atual até o fim deste ano. Para Carlos Pedroso, economista sênior do Banco MUFG Brasil, o comunicado do Copom não descarta a volta de aumento da Selic ainda neste ano. "Se houver alguma deterioração da previsão de inflação, o Banco Central deve aumentar a taxa de juros em dezembro. No entanto, não descartamos uma deterioração da estimativa de mercado antes do segundo turno, o que levaria o Banco Central a iniciar o ciclo de alta já em outubro", afirmou.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 30 e 31 de outubro.

Juros ainda elevados

Apesar de a Selic estar atualmente no menor patamar da história, o Brasil ainda tem a quinta maior taxa básica de juros real do planeta, de 4% ao ano, conforme um levantamento da Infinity e do portal MoneYou que calcula o índice descontando a inflação projetada para os 12 meses à frente. O ranking com 40 países pesquisados é liderado por Argentina, com 18,20% ao ano, seguido por Turquia, com 13,93% anuais, em segundo lugar. Na terceira posição está a Rússia, com 6,01% ao ano, e, na quarta, a Indonésia, com 4,11% ao ano. O país com a menor juro real é a Áustria, de -2,30% ao ano. A média geral é de 0,79% ao ano.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação