Economia

Dólar cai para R$ 4,0504 e tem maior queda semanal desde julho de 2017

Essa foi a menor cotação da moeda norte-americana em um mês

Agência Estado
postado em 21/09/2018 19:02

Dólar, a moeda norte-americana

O dólar teve nesta sexta-feira (21/9) o terceiro dia consecutivo de queda e caiu para R$ 4,0504 (-0,58%). Foi a menor cotação em um mês. Operadores ressaltam que o aumento do apetite por risco dos investidores internacionais por países emergentes, movimento que vem se intensificando desde a última terça-feira (18/9), seguiu contribuindo para a queda da moeda dos Estados Unidos, que acumulou perda de 2,75% na semana - a maior queda desde a segunda semana de julho de 2017 (-3,01%). O real e o peso argentino foram destaques de valorização ante o dólar no mundo, que subiu ante outros emergentes, como Turquia, África do Sul e Índia. As eleições seguiram no radar dos investidores e especialistas comentam que repercutiu bem nas mesas de operação um vídeo postado por Jair Bolsonaro (PSL) mostrando estar bem e afirmando que pode ter alta até o final do mês.

Pouco após a divulgação do vídeo de Bolsonaro, o dólar bateu a mínima do dia, encostando em R$ 4,02. A visão que vem se consolidando no mercado é que o militar reformado e o petista Fernando Haddad devem ir para o segundo turno. Alguns levantamentos têm mostrado Bolsonaro mais competitivo na parte final das eleições e, com essa visão, muitos investidores estrangeiros vêm nos últimos dias desmontando posições compradas em dólar.

O economista-chefe do Rabobank, Mauricio Oreng, ressalta que há no mercado internacional a percepção de que o crescimento da economia mundial prossegue em ritmo bom, aliada a uma menor tensão comercial, mesmo após Donald Trump anunciar que vai taxar mais produtos chineses. Com isso, ressalta ele, houve uma pausa nas vendas de ativos de emergentes. Como reflexo, moedas de vários mercados se apreciaram esta semana. O dólar caiu 4% ante o rand da África do Sul, 6,5% contra o peso da Argentina, 2,4% ante a divisa da Rússia e 0,47% contra a moeda mexicana.

No Brasil, especialistas em câmbio ressaltam que houve entrada em fluxo externo nesta sexta-feira, com os estrangeiros aproveitando para comprar ações consideradas baratas na B3. O Ibovespa chegou a superar os 80 mil pontos momentaneamente e terminou a semana acumulando alta de 5,32%. Outro indício do clima mais favorável ao Brasil foi a queda do risco medido pelo Credit Default Swap (CDS), derivativo de crédito que protege o investidor contra calotes na dívida soberana. O contrato de 5 anos começou a semana negociado em 282 pontos-base e somente nesta sexta-feira recuava quase 5%, para 260 pontos, o menor valor em um mês, de acordo com cotações apuradas pela Markit.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação