Jornal Correio Braziliense

Economia

Uber acelera para crescer em entregas de refeições com a Uber Eats

Dona da Uber Eats está negociando a aquisição de uma das startups de maior valor na Europa, a reino unidense Deliveroo, que já teve sua avaliação acima da casa dos US$ 2 bi


São Paulo ; A empresa Uber Technologhies, conhecida por seu aplicativo de mobilidade, estaria negociando a aquisição de uma startup do Reino Unido para tentar acelerar seu negócio na área de entregas. O alvo da companhia americana é a Deliveroo, que já teve sua avaliação acima da casa dos US$ 2 bilhões.

Se o negócio, de fato, se confirmar e o contrato de compra e venda for assinado, será a chance que a Uber busca já há algum tempo para deslanchar com seu negócio de entrega de comida no continente europeu.

O valor da negociação não foi divulgado por nenhuma das duas empresas, que também não comentaram como andam as conversas. Um dos possíveis desafios seria a relutância dos investidores sobre abrir mão da independência na gestão da Deliveroo. A startup é muito pouco conhecida nos Estados Unidos, mas está presente em todas as capitais europeias. A operação já está em quatro continentes e é encontrada em cerca de 200 cidades.

Para Dara Khosrowshahi, CEO da Uber Technologies, a aquisição da companhia de entrega de refeições está no topo da sua lista de prioridades. Mas, a Deliveroo não é a única startup desse segmento no radar. A empresa, sediada em São Francisco (Califórnia), também estaria trocando informações com a startup Careem, de compartilhamento de bicicletas.

Muito dinheiro


A Deliveroo passou a ser cobiçada pela Uber, que tem, no Brasil, uma operação nesse segmento, a Uber Eats, graças ao seu crescimento. Essa expansão foi possível por conta de várias rodadas de investimento. Só no ano passado, a soma foi de US$ 480 milhões, desembolsados por fundos como R$ Fidelity Investments e T. Rowe Price Group Inc. Com isso, se tornou uma das maiores startups da Europa.

Em 2017, a Deliveroo estava em conversações com o SoftBank Group, que, no Brasil, comprou a 99, app de mobilidade, que também é investidor da Uber. As negociações foram interrompidas de uma hora para outra, depois de o Softbank decidir se concentrar na operação da Uber.


Latino-americanos


Abaixo da linha do Equador também há uma empresa chamando a atenção de investidores. Especializada não apenas no delivery de alimentação, mas em todo tipo de entrega, a Rappi, da Colômbia, entrou recentemente para a turma de unicórnios ; startups com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão. A marca foi alcançada com um novo investimento, de US$ 200 milhões, o que levou a empresa a outro patamar.

O aporte, feito também pelo fundo DST Global, que, por aqui, é investidor da fintech Nubank, contou ainda com dinheiro dos fundos Andreeseen Horowitz e Sequoia, que já tinham feito esse mesmo tipo de movimento no passado. Até agora, a empresa de entrega já viu entrar em caixa US$ 392 milhões de investimentos.

A Rappi tem operação no Brasil desde pouco mais de um ano. Entre os seus clientes está a rede de supermercados Pão de Açúcar. Por enquanto, são atendidas cinco cidades, mas a expectativa da startup é chegar a 15, em breve.

Além de compras de supermercado, a Rappi se propõe a entregar também medicamentos ou até sacar dinheiro. O conceito, chamado de hiperconveniência, permite ao usuário escolher um estabelecimento comercial credenciado e fazer a compra, que será acrescida do valor do frete. O valor do frete é destinado 100% ao entregador, segundo a companhia, que é remunerada por um percentual da compra. Ainda existe a opção. Seus sócios-fundadores, Felipe Villamarin, Sebastian Mejía e Simón Borrero, todos colombianos ;, eram do ramo de soluções para e-commerce, quando perceberam que poderiam desenvolver esse tipo de solução.