Economia

Casino rejeita proposta de fusão do Carrefour e diz ser alvo de manipulação

Grupo francês, que disputa liderança do varejo com o rival tanto em seu país de origem quanto no Brasil, divulgou nota negando a oferta

Agência Estado
postado em 24/09/2018 08:16

Supermercado Casino e Careffour

O grupo francês Casino confirmou neste domingo, 23, em comunicado divulgado por sua matriz, que foi procurado pelo rival - igualmente francês - Carrefour para a celebração de uma fusão global entre as gigantes. No mesmo comunicado, o Casino - dono do Grupo Pão de Açúcar no Brasil - afirmou não ter interesse no negócio, após realizar uma reunião do conselho de administração.

O movimento do Carrefour vem sendo alvo de comentários do mercado desde o início deste ano. Na semana passada, voltaram a ficar fortes os rumores de que uma proposta de união seria colocada na mesa - como realmente agora ficou claro que ocorreu. O movimento veio em meio a um ataque especulativo do mercado financeiro contra o Casino nos últimos meses.

"O conselho reiterou de forma unânime sua inteira confiança na estratégia do Casino para a criação de valor (para a companhia) baseada em seu posicionamento único no mercado", frisou o comunicado. "O Casino, desta forma, tem a intenção de tomar todas as medidas necessárias para defender seu interesse corporativo."

De acordo com o Casino, o conselho de administração levou em consideração, na hora de deliberar sobre a proposta do Carrefour, as barreiras para a consolidação dos negócios na França e no Brasil - as duas empresas disputam a liderança de mercado em ambos. Essa realidade, segundo o grupo francês, pesou para a decisão de rejeitar a proposta.

No comunicado, o Casino observou ainda que seus ativos internacionais estão sendo alvo de um ataque para reduzir o valor de mercado da empresa. Segundo a empresa, as manipulações ocorreram "em uma escala sem precedentes ao longo dos últimos meses".

As apostas contra o Carrefour, de acordo com uma reportagem da Bloomberg publicada há cerca de dez dias, são reforçadas pelas desconfianças em relação ao nível de endividamento da companhia. O fato de várias moedas estrangeiras - incluindo o real - estarem perdendo valor frente ao dólar também não ajuda a companhia, que arrecada cerca de 40% de suas receitas fora da França.

Procurado pela reportagem, o Carrefour não quis comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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