Agência Estado
postado em 25/09/2018 16:51
Os juros futuros reduziram o ritmo de alta na última hora de negócios e fecharam a sessão regular desta terça-feira, 25, de lado, em sintonia com o alívio no câmbio e a melhora expressiva no mercado de ações. Profissionais nas mesas de operação consultados, contudo, afirmam que o movimento não teve base nem no noticiário nem em fundamentos, uma vez que as incertezas sobre o cenário eleitoral e o exterior seguem recomendando cautela.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019, que melhor reflete as expectativas para a política monetária, fechou em 6,725%, de 6720% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2020 fechou em 8,44%, de 8,446% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 9,656% para 9,66%. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou na mínima, em 11,19%, de 11,195% no ajuste de segunda-feira. A taxa do DI para janeiro de 2025, também na mínima, encerrou em 11,87%, de 11,874%.
João Mauricio Rosal, economista-chefe da Guide Investimentos, viu uma certa "fadiga" do mercado à tarde, após os números da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo terem pesado nos ativos pela manhã. "O investidor já começou a olhar para frente e relevar um pouco os números. Houve ainda algum estresse com a renúncia do presidente do BC da Argentina, que agora também foi mitigado. Não teve um gatilho agora que pudesse ter estimulado a melhora", afirmou. O presidente do Banco Central da Argentina, Luis Caputo, apresentou sua demissão nesta terça-feira.
A pesquisa Ibope mostrou fortalecimento da candidatura de Fernando Haddad (PT), especialmente no segundo turno, onde claramente já está à frente de Jair Bolsonaro (PSL). Neste cenário, Haddad tem 43% e Bolsonaro, 37%. Ainda, houve crescimento de 4 pontos da rejeição a Bolsonaro, de 42% para 46%, enquanto seu principal oponente, Haddad, possui 30% de rejeição. O levantamento está registrado no TSE sob o protocolo BR06630/2018. Na noite desta terça, serão divulgadas pesquisa regionais do Ibope no Rio e São Paulo, também com recorte presidencial.
Nesta terça-feira, houve uma tentativa de reunião das candidaturas do chamado centro democrático, composto por Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), mas fracassou após candidatos terem se recusado a participar do evento.
Outro fator a pesar sobre a curva foi a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou a percepção sobre a alta da Selic em outubro, com destaque para o trecho em que os diretores afirmam que o balanço de riscos para a inflação é "assimétrico", tendo em vista que os riscos ligados à agenda de reformas e ao cenário externo se elevaram, segundo o parágrafo 21.
O dólar, que superou os R$ 4,14 nas máximas da manhã, inverteu o sinal de alta e recuava 0,15% às 16h33, cotado em R$ R$ 4,0818. Nas mesas de câmbio, a melhora é associada ao aumento do apetite do investidor estrangeiro por ações brasileiras, o que estaria impulsionando a Bolsa. O Ibovespa subia 0,79%, aos 78.596,57 pontos.