Hamilton Ferrari
postado em 26/09/2018 12:24
A alta do dólar contribuiu para elevar em R$ 10 bilhões o saldo das operações de crédito no Brasil. De acordo com o relatório de estatísticas de crédito do Banco Central, houve crescimento do saldo e das concessões de crédito em todas as categorias analisadas. O saldo total saiu de R$ 3,123 trilhões para R$ 3,155 trilhões entre julho e agosto, sendo R$ 1,663 trilhão para recursos direcionados e R$ 1,491 trilhão para os livres. A alta do saldo total no período foi de 1%, sendo 1,5% entre recursos livres e 0,5% aos direcionados. As concessões, por sua vez, aumentou de R$ 299,7 bilhões para R$ 326,7 bilhões, o que representa soma de 9% em agosto, frente julho.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Alberto Rocha, explicou, porém, que a alta do dólar em agosto contribuiu para o aumento do saldo. Excluindo os efeitos da variação cambial no mês, a alta seria de 0,7%, em vez de 1%. Segundo Rocha, existem modalidades de crédito que são vinculados às moedas estrangeiras.
Em especial, o financiamento de importações e o repasse externo. O primeiro subiu 0,5% em agosto, saindo de 3,761 bilhões para R$ 3,779 bilhões. O segundo saltou de R$ 34,894 bilhões para R$ 38,350 bilhões, o que representa uma expansão de 9,9% no mês. Segundo cálculos do BC, a alta do dólar foi responsável por um impacto de R$ 10 bilhões em agosto. ;Com a desvalorização cambial (do real) o saldo do endividamento aumento. Esse efeito foi sentido, principalmente localizado nas pessoas jurídicas;, explicou Rocha.
Juros
As taxas de juros ficaram estáveis em agosto, influenciada pela estabilidade dos índices dos recursos direcionados ; aqueles são aqueles destinados a determinados setores ou atividades, realizados com recursos regulados em lei ou normativo. A taxa geral estabilizou em 24,5% ao ano (15,9% ao ano para pessoas jurídicas e 30,4% ao ano para pessoas físicas).
Os recursos direcionados estabilizaram em 8,4% ao ano, enquanto os livres (aqueles negociados no mercado) tiveram leve queda de 0,1 ponto percentual, saindo de 38,1% ao ano para 38%.
O cheque especial ficou estável, com custo de 303,2% ao ano. As taxas do rotativo do cartão de crédito subiram, saindo de 271,4% ao ano para 274% ao ano. Os juros do parcelado passaram de 1678,1% ao ano para 166,7%.