Agência Estado
postado em 26/09/2018 17:28
Os juros futuros fecharam a quarta-feira, 26, em queda firme, reforçada na última hora da sessão regular, após o desfecho da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). O comunicado e o gráfico de pontos com as projeções do Fed reforçaram a percepção de aperto gradual nos juros norte-americanos, o que trouxe alívio aos ativos domésticos, embora tanto a elevação da taxa em 25 pontos-base, para entre 2,00% e 2,25%, como a retirada da expressão "acomodatícia" do comunicado fosse esperada.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,36%, de 8,447% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 9,666% para 9,55%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 11,06%, de 11,195% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou na mínima de 11,72%, ante 11,874% ontem no ajuste.
Internamente, o quadro político não teve alterações ante os últimos dias. A pesquisa CNI/Ibope de hoje manteve basicamente o desenho de segundo turno, que é para o que o mercado está olhando no momento, já mostrado no levantamento de segunda-feira e, assim, não teve efeito sobre os preços. Na pesquisa desta quarta-feira, Fernando Haddad (PT) aparece com 42% das intenções de voto contra 38% de Jair Bolsonaro (38%), ante 43% a 37%, respectivamente, na anterior.
O comunicado do Fed não trouxe surpresas, mas ainda assim produziu alívio, imputando mínimas ao dólar e aos juros no Brasil nesta tarde. Daniel Xavier, economista-chefe do DMI Group, classificou o texto como "mais do mesmo", mantidas as avaliações positivas sobre a economia e o mercado de trabalho, assim como a expectativa de inflação perto da meta de 2%. "Ainda assim, o mercado reagiu bem porque os últimos dados de atividade e o payroll têm vindo fortes, o que sugeria risco de um tom mais conservador. Em termos de apostas, permanece a perspectiva de só mais um alta de juro este ano, três altas para 2019 e uma adicional em 2020, a mesma curva que era esperada na reunião de junho", disse.
Em entrevista nesta tarde, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que retirar a expressão "política acomodatícia" do comunicado da decisão de política monetária é um sinal de que a política está seguindo como o esperado pela instituição. De acordo com ele, os juros continuam em níveis baixos considerando os níveis históricos "e acreditamos que um aumento gradual nas taxas é melhor para todos".