Agência Estado
postado em 04/10/2018 10:32
O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 165,4 pontos em setembro de 2018, uma queda de 2,3 pontos (1,4%) em relação a agosto e cerca de 13 pontos (7,4%) em relação ao mesmo mês de 2017. Conforme comunicado da FAO, divulgado nesta quinta-feira, 4, apenas o índice de preços do açúcar se valorizou em setembro, enquanto as cotações de outros subíndices, puxados pelos cereais, caíram em relação ao mês anterior.
O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 164 pontos em setembro, um declínio de 4,7 pontos (2,8%) em relação ao mês anterior e de 12 pontos (8%) em relação ao mesmo mês do ano passado.
"Entre os principais cereais, a queda mais acentuada ocorreu nos preços do milho, que caíram em pelo menos 4% em relação a agosto, principalmente devido às expectativas de uma safra cheia nos Estados Unidos(EUA) e amplas perspectivas de oferta global", diz a FAO.
As cotações do trigo, que subiram acentuadamente em agosto, também caíram em setembro, pressionadas pelas fortes vendas e embarques russos. Já os preços internacionais do arroz diminuíram, pelo terceiro mês consecutivo, embora a valorização do grão tailandês e as expectativas de vendas para as Filipinas tenham limitado o recuo para cerca de 1%.
De acordo com o levantamento mensal da FAO, o Índice de Preços do Óleo Vegetal registrou média de 134,9 pontos em setembro, uma queda de 3,2 pontos (ou 2,3%) em comparação com agosto, "caindo pelo oitavo mês consecutivo e atingindo a menor média mensal em três anos", salienta a organização.
Segundo a FAO, "o declínio em setembro foi impulsionado principalmente pelo enfraquecimento nas cotações dos óleos de palma. Os grandes estoques mantidos nos principais países exportadores continuaram pesando sobre os preços do óleo malaio, que registraram uma queda de 25% em relação ao mês correspondente do ano passado".
Quanto ao óleo de soja e ao óleo de canola, informa a FAO, a queda nos preços refletiu, em grande parte, a demanda moderada das importações globais. Enquanto o óleo de girassol teve suas cotações pressionadas pelas chegada de insumos para a safra na região do Mar Negro.
Já o Índice de Preços da Carne da FAO apresentou média de 166,2 pontos em setembro, um leve recuo de 0,1 ponto ante valor revisado para agosto. Os preços internacionais de carne bovina e suína mantiveram-se praticamente estáveis, enquanto os da carne ovina e das aves aumentaram.
"Os valores da carne de ovelha aumentaram pelo quarto mês consecutivo, refletindo as contínuas limitações de oferta da Oceania e a forte demanda de importação da Ásia", explica a FAO.
No mesmo mês, a forte demanda em meio a restrições de oferta, principalmente no Brasil, contribuiu para a valorização dos preços de aves. Conforme a FAO, as amplas disponibilidades de exportação na Oceania e nos Estados Unidos pressionaram os preços da carne bovina. "Enquanto novos casos de peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) e, consequentes, restrições de importação pesaram sobre as cotações da carne suína", acrescenta a organização.
No levantamento mensal da FAO, os preços de Laticínios tiveram média de 191,5 pontos em setembro, redução de 4,7 pontos (2,4%) em comparação com agosto, "marcando a tendência de queda pelo quarto mês consecutivo", ressalta a FAO.
O recuo é atribuído à desvalorização nos preços de manteiga, queijo e leite em pó integral. Entretanto, as perdas foram limitadas por uma leve recuperação nos preços do leite em pó desnatado.
"O potencial para disponibilidades de exportação muito maiores pesou sobre os preços internacionais de manteiga, queijo e leite em pó integral. Já os preços do leite em pó desnatado registraram recuperação intermitente em setembro, resultando em um ganho acumulado de 16,2% desde o início do ano, apoiado em grande parte pela maior demanda por leite em pó recém-fabricado", diz a organização.
A FAO calcula, ainda, que o subíndice de preço do Açúcar ficou em média em 161,4 pontos em setembro, uma alta de 4 pontos (2,6%) em relação ao mês anterior, mas recuo de 43% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O incremento de setembro foi, em grande parte, impulsionado pelo andamento da colheita no Brasil, maior produtor e exportador de adoçante do mundo. "As condições críticas de seca no Brasil durante a estação de crescimento são consideradas como impactos negativos nos rendimentos da cana-de-açúcar, com volume cana colhida abaixo do esperado", explica a organização.
Além disso, a crescente preocupação com as perspectivas de safra na região do sul e sudeste asiático, notadamente na Índia e na Indonésia, devido às adversidades climáticas, forneceu apoio adicional para o suporte das cotações internacionais de preços do açúcar.