Economia

Juros fecham em queda firme e com volume forte em reação ao resultado eleitoral

Agência Estado
postado em 08/10/2018 17:03
Os juros futuros confirmaram no fechamento da sessão regular a desta segunda-feira, 8, forte queda exibida desde a abertura dos negócios, refletindo o resultado das urnas nas eleições realizadas no domingo. Além da larga vantagem registrada no primeiro turno pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o favorito dos investidores, ante Fernando Haddad (PT), o mercado comemorou a nova composição do Congresso Nacional, que deve dar boas condições de governabilidade a Bolsonaro, se eleito. Bolsonaro teve 46,4% dos votos e Haddad, 28,9%, no primeiro turno. Mais sensíveis ao risco político, as taxas longas foram as que mais caíram, com volume robusto de contratos negociados. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou quase 60 pontos-base, para 10,14%, patamar mais baixo desde 24/05/2018, quando começava a ganhar força a greve dos caminhoneiros. O ajuste de sexta-feira foi de 10,734%. O DI para janeiro de 2025 terminou na mínima de 10,74%, ante 11,353% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,246% para 7,85% e a do DI para janeiro de 2021 fechou em 8,89%, de 9,395% no ajuste anterior. "Os juros longos recuam na esteira da perspectiva de que o candidato do PSL e seu assessor econômico Paulo Guedes irão encaminhar uma série de políticas de cunho liberal, entre elas a venda de ativos e corte mais robustos dos gastos públicos. O otimismo se apoia também na perspectiva de que o candidato terá o apoio de uma robusta bancada na Câmara e no Senado para encaminhar suas propostas", afirma relatório da Spinelli, assinado pelo economista-chefe André Perfeito. Com o dólar perto do patamar de R$ 3,75, a ponta curta também devolveu prêmios, com redução das apostas em alta da Selic este ano, que vinham crescendo justamente em função dos riscos eleitorais e da pressão do câmbio. Nesta segunda-feira, Bolsonaro, em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, sugeriu não ter vencido no primeiro turno porque houve fraude nas votações e afirmou também que pretende participar de debates de televisão no segundo turno, se for liberado pela equipe médica. Disse ainda que pretende "dar uns tiros pelo Brasil, no bom sentido", demonstrando intenção em viajar em campanha. As eleições devem seguir no foco do mercado nos próximos dias. Na quarta-feira, está prevista divulgação de pesquisa Datafolha, a primeira após o primeiro turno das eleições presidenciais. O levantamento entrevistará 3.240 eleitores em todo o Brasil. Nos demais ativos, o dólar à vista era cotado em R$ 3,7648 (-2,37%). Nas ações, o Ibovespa matinha alta expressiva, de 4,61%, aos 86.120,63 pontos. O volume era de R$ 25,8 bilhões, com projeção de R$ 27,8 bilhões no fim do dia, que, se confirmada, deve ser o maior da história da Bolsa.

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