Economia

Bolsas da Europa fecham em alta com Itália e indicadores e de olho no Brexit

Agência Estado
postado em 16/10/2018 13:27
Os mercados acionários da Europa fecharam em alta nesta terça-feira, 16, com números positivos tanto da economia quanto do setor corporativo americano, ao mesmo tempo em que o envio do orçamento italiano à Comissão Europeia dá otimismo às bolsas, que se mantêm de olho nas negociações do Brexit. O índice pan-europeu Stoxx-600 avançou 1,58%, aos 364,97 pontos. A bolsa de Milão, onde o índice FTSE MIB registrou alta de 2,23%, aos 19.717,83 pontos, liderou os ganhos, impulsionada pelo otimismo após o governo de coalização da Itália ter enviado o orçamento do próximo ano fiscal à Comissão Europeia na segunda-feira, último dia do prazo. Ainda assim, autoridades europeias sinalizam que devem pedir ajustes ao plano, que prevê um déficit público de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Comissário da União Europeia (UE) para o Euro e o Diálogo Social, Valdis Dombrovskis afirmou que já é possível dizer que ele "parece um desvio significativo" das metas do bloco. Mais cedo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a zona do euro "se revoltará" se a UE aprovar o orçamento. O restante das praças europeias também ganhou fôlego com a chegada de boas notícias do continente americano. O relatório JOLTS, divulgado hoje, mostrou que o número de vagas abertas nos Estados Unidos subiu de 7,077 milhões em julho (dado revisado, de 6,969 milhões anteriormente) para o nível recorde de 7,136 milhões em agosto, acima da previsão de 6,8 milhões. O resultado deu força às bolsas de Nova York e foi bem recebido também na Europa. Além disso, resultados corporativos positivos nos EUA repercutem no Velho Continente. Em meio à temporada de balanços, os destaques do dia foram os bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs, que surpreenderem ao registrarem lucro por ação acima das expectativas. Com o cenário, o DAX, de Frankfurt, subiu 1,40%, aos 11.776,55 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 1,53%, para 5.173,05 pontos. Já o Ibex 35, de Madri, ganhou 1,69%, aos 9.074,70 pontos, e o PSI 20, de Lisboa, registrou alta de 0,92%, aos 5,042,74 pontos. Em Londres, o FTSE 100 fechou com ganho de 0,43%, aos 7.059,40 pontos, com a libra impulsionada pelo crescimento dos salários no Reino Unido, que avançaram 3,1% no trimestre até agosto, na comparação anual, mostraram dados oficiais, no patamar mais forte desde o início de 2009. Segundo Chris Beauchamp, analista da corretora IG, a notícia foi suficiente, ao menos por ora, para retirar peso das advertências da UE sobre o risco de não haver acordo na saída do país do bloco, o Brexit. Para o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ainda não está claro se haverá um acordo até novembro, com a questão da fronteira entre as Irlandas ainda no centro das negociações. Investidores acompanharam ainda a divulgação do índice de expectativas econômicas da Alemanha, que caiu de -10,6 em setembro para -24,7 em outubro, segundo o instituto alemão ZEW, recuo mais acentuado do que as projeções, de -12. Já a zona do euro teve superávit comercial de 16,6 bilhões de euros (US$ 19,21 bilhões) em agosto, bem maior que o saldo positivo de 12,6 bilhões de euros observado em julho, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje pela Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia.

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