Economia

Com aversão ao risco no exterior, Ibovespa fecha em queda 2,24%

Agência Estado
postado em 18/10/2018 18:24
A aversão ao risco no mercado internacional deu o tom dos negócios com ações no Brasil nesta quinta-feira, 18. Com "gordura" significativa para queimar, o Índice Bovespa caiu 2,24% e fechou aos 83.847,12 pontos, praticamente na mínima do dia. Ainda assim, contabiliza em outubro alta de 5,68%. A aversão ao risco no mercado internacional se deu por diversos motivos. Um deles foi o tom mais "hawkish" da ata do Federal Reserve, que continuou a produzir efeitos no mercado de renda fixa dos EUA. À tarde, preocupações em torno da questão orçamentária da Itália geraram um movimento de cautela global, depois que a União Europeia classificou o plano fiscal do país como um "desvio sem precedentes". Ao longo de todo o dia, permaneceu no pano de fundo uma expectativa pessimista quanto ao PIB da China, que será divulgado às 23h (de Brasília). O temor de que o PIB aponte desaceleração da economia chinesa foi, segundo operadores, o principal motivo da queda de 3,91% no preço das ações da Vale. A mineradora seguiu outros papéis do setor ao longo do dia e contaminou os papéis do setor siderúrgico doméstico. Entre essas, destaque para Gerdau PN (-3,79%), Gerdau Metalúrgica PN (-3,96%) e CSN ON (-2,87%). "Lá fora os mercados corrigiram principalmente em função da possibilidade de um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, o que levou a uma busca maior pela renda fixa local", disse Pedro Guilherme Lima, analista da Ativa Investimentos. De acordo com ele, o cenário eleitoral aparentemente consolidado pode levar o Ibovespa a elevar a correlação com as bolsas de Nova York nos próximos dias, depois de diversos pregões operando descolada de Wall Street. Alguns profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, relataram algum mal estar no mercado com a notícia de que empresas estariam comprando pacotes de mensagens, em massa, para serem disparadas via WhatsApp contra a campanha Fernando Haddad (PT) à Presidência. Outros operadores negaram que a notícia tenha tido qualquer influência nos negócios do dia. À tarde, Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que não tem controle sobre ações de seus apoiadores. De volta à análise por ações, os papéis da Petrobras caíram 3,21% (ON) e 2,84% (PN), alinhados à aversão ao risco internacional e à queda dos preços do petróleo. Entre os bancos, houve queda em bloco. Banco do Brasil ON, sensível ao risco político, terminou o dia em queda de 1,16%. Já Bradesco ON caiu 3,09% e Itaú Unibanco PN, 2,97%, ambas nas mínimas do dia.

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