Agência Estado
postado em 19/10/2018 04:35
O vice-primeiro-ministro da China, Liu He, juntou-se a um esforço oficial coordenado para restaurar a confiança dos investidores na perspectiva econômica do país, em meio a uma onda de turbulência nos mercados e temores crescentes sobre o futuro de empresas privadas.
O governo chinês atribui grande importância ao desenvolvimento saudável dos mercados acionários e está ciente de que há grandes expectativas em relação à implementação de reformas, afirmou Liu nesta sexta-feira em entrevista à mídia estatal chinesa.
Liu, que é considerado o guru econômico do presidente Xi Jinping, disse que a situação geral da economia chinesa permanece estável, e acrescentou que a atual disputa comercial com os EUA está afetando o sentimento do mercado.
"Francamente, o impacto psicológico é maior do que o impacto real", disse. "No momento, China e EUA estão em contato."
O vice-premiê também minimizou preocupações com o fato de Pequim estar ajudando empresas privadas de capital aberto. Segundo ele, a iniciativa do governo de auxiliar companhias com dificuldades financeiras é algo positivo .
Os comentários de Liu vieram depois que os três principais órgãos regulatórios financeiros da China tentaram aplacar o nervosismo nos mercados. O presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, o chefe do regulador bancário e de seguros, Guo Shuqing, e o principal responsável pela área de valores mobiliários, Liu Shiyu, divulgaram comunicados pedindo aos investidores que mantenham a calma.
As bolsas chinesas se recuperaram com vigor na esteira da fala de Liu. Ambos os índices Xangai Composto e Shenzhen Composto encerraram o pregão desta sexta com valorização em torno de 2,6%.
Dados oficiais publicados no fim da noite de ontem (pelo horário de Brasília) mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) da China teve expansão anual de 6,5% no terceiro trimestre, avançando no ritmo mais fraco desde o início de 2009 e ficando um pouco abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de alta de 6,6%. Fonte: Dow Jones Newswires.