Agência Estado
postado em 31/10/2018 16:53
Os juros futuros terminaram o dia com viés de baixa nos contratos de curto prazo e alta moderada na ponta longa. A dinâmica das taxas foi a mesma desde a primeira etapa dos negócios, ditada pelo compasso de espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
Consolidadas as apostas em torno da manutenção nesta quarta-feira, 31, da Selic em 6,50%, o mercado aguarda pelas sinalizações do comunicado sobre os próximos passos, acreditando que o tom será mais suave em relação ao do encontro anterior em função da definição do processo eleitoral e da melhora do câmbio desde então.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019, que capta as apostas para a política monetária no que resta de 2018, fechou em 6,425%, de 6,432% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2020 passou de 7,193% para 7,17%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou estável, em 8,12%. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 9,27%, ante ajuste anterior a 9,253%, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 9,782% para 9,83%.
As taxas curtas oscilaram entre a estabilidade e leve queda durante a sessão. A economista da CM Capital, Camila Abdelmalack, afirma que este trecho reflete a melhora do cenário para a política monetária, dado o alívio, do ponto de vista doméstico, para o câmbio após a vitória de Jair Bolsonaro. "Além disso, vemos os IGPs desacelerando e mudança da bandeira tarifária de energia para amarela, fatores que reduzem a perspectiva de piora inflacionária", afirma.
Todo este contexto deve estar, de alguma forma, contemplado no comunicado do Copom no período noite, reforçando a percepção de que a taxa básica não deve subir tão cedo.
No período da tarde, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse ter o compromisso de fazer "a melhor transição possível". "Temos um novo ministro da Fazenda anunciado o economista Paulo Guedes, temos que trabalhar todos juntos. Temos o compromisso de fazer a melhor transição possível", disse. Ele disse ainda que entregará o Brasil melhor do que recebeu.
O ministro citou o avanço do Brasil no relatório Doing Business do Banco Mundial, divulgado nesta quarta, em que o país passou da 125ª colocação para a 109ª posição.
A expectativa de um comunicado "dovish" (mais leve) do Copom contribuiu para uma leve pressão sobre os vencimentos longos, assim como o avanço do dólar ante o real.
A quarta-feira é um dia de aversão a risco nas moedas emergentes e as mais penalizadas são o peso mexicano e a lira turca, que recuavam mais de 1% perto das 16h30. Aqui, o dólar à vista subia 0,47%, aos R$ 3,7091.