Economia

TCU libera contrato entre Telebras e Viasat para serviço de banda larga

Acordo estava sendo contestado pelo Sinditelebrasil, que representa as operadoras de telecomunicações. No entanto, ministros solicitam algumas alterações no contrato

Simone Kafruni
postado em 01/11/2018 11:29
O TCU determinou que a Telebras reduza, de R$ 160 para R$ 107,58, o pagamento mensal por cada estação que será instalada
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu liberar a estatal de telecomunicações Telebras para prestar serviços de banda larga ao programa Governo Eletrônico ; Atendimento ao Cidadão (Gesac) por meio do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC-1). Em outro processo, a Corte de contas também reconheceu a legalidade do contrato da companhia com a norte-americana Viasat, que vai operar o satélite brasileiro.

O Sindicato Nacional das empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) estava contestando o contrato entre o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e a Telebras. Isso porque, até a Telebras fechar a parceria com a Viasat, quem prestava os serviços do Gesac eram as operadoras representadas pelo sindicato, que competiam entre si para receber os R$ R$ 663 milhões pagos pelo governo.do programa.

Apesar de reconhecerem a validade do contrato da Telebras com a Viasat, os ministros acataram a sugestão do relator dos dois processos, Benjamin Zymler, e determinaram que as partes mudem algumas cláusulas em 90 dias. O entendimento é que há ;um desbalanceamento em favor da empresa estrangeira;.

Para liberar o acordo com a Viasat, a Corte de contas reconheceu o uso, pela Telebras, da Lei das Estatais (13.303/2016), que permite a formalização de contratos com empresas privadas, sem necessidade de licitação. Isso era contestado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat), que defende a concorrência.

As modificações no contrato exigidas pelo tribunal, contudo, preocupam a empresa norte-americana. ;Estamos muito satisfeitos que o Tribunal de Contas da União tenha reconhecido a legalidade da parceria Telebras-Viasat. No entanto, estamos preocupados de que o TCU tenha solicitado modificações no contrato que possam comprometer a viabilidade do programa do satélite SGDC-1. Continuaremos a analisar a decisão do TCU e a trabalhar com a Telebras para determinar se podemos resolver as preocupações levantadas;, disse a Viasat, em nota.

O TCU determinou que a Telebras reduza, de R$ 160 para R$ 107,58, o pagamento mensal por cada estação que será instalada. O cálculo considera o fato de a Telebras já ter feito uma antecipação de R$ 50 milhões para a Viasat.

Outra cláusula que deverá ser renegociada detalha a participação de receita entre as duas empresas. Pelo contrato original, além da remuneração mensal das antenas, a Viasat vai vender 58% da capacidade do satélite e repassar a Telebras até 21% dos ganhos. A área técnica chegou a sugerir um percentual de 35%, mas os ministros decidiram não definir o número. O tribunal também recomendou que o prazo total do contrato seja revisto de cinco para três anos.

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