Economia

Dólar cai nesta sexta-feira e fecha em R$ 3,73, mas acumula 2ª semana de alta

A moeda norte-americana sofreu queda de 0,25%

Agência Estado
postado em 09/11/2018 20:00

Dólar, moeda norte-americana

O dólar subiu pela segunda semana consecutiva, terminando a sexta-feira em R$ 3,7385. Na sessão desta sexta-feira (9/11), a moeda caiu 0,25%, influenciada pela entrada de um fluxo do exterior, e acabou se descolando de seus pares emergentes. A maioria das moedas destes mercados perdeu valor perante o dólar nesta sexta-feira. Apesar da queda desta sexta, os investidores seguem monitorando a transição de governo e uma das explicações da alta da moeda de 1,10% no acumulado da semana são os ruídos de comunicação entre Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe.

Especialistas em câmbio ressaltam que, na ausência de notícias concretas sobre nomes da equipe, como o da presidência do Banco Central, e da agenda de política econômica de Bolsonaro, ou alguma mudança no cenário externo, o dólar deve continuar oscilando no patamar de R$ 3,70/R$ 3,75. Além disso, a expectativa é que a liquidez deve seguir fraca nas próximas semanas, que serão marcadas por quatro feriados. Na segunda-feira (12/11) é feriado nos Estados Unidos, e na quinta (15/11) no Brasil. A sessão desta sexta já foi marcada por volume um pouco mais fraco, com US$ 15 bilhões no mercado futuro e US$ 1,5 bilhão no segmento à vista.

Na avaliação de Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus, cresceram no mercado nos últimos dias as preocupações sobre os desentendimentos entre a equipe de Bolsonaro. Outro temor é que o presidente eleito queira passar "qualquer reforma da Previdência", disse ele. "O mercado está em compasso de espera para ver como vão ser os desdobramentos." Neste ambiente, estrangeiros estão embolsando lucros com ganhos recentes na bolsa e retirando o recurso do País, ajudando a pressionar o dólar. Para o especialista em câmbio, neste momento, não há fatores tanto para levar o dólar para um nível acima do patamar atual como para baixo.

Mesmo com os recentes ruídos de comunicação de Bolsonaro, os dois maiores bancos privados do Brasil, Bradesco e Itaú, reduziram hoje as previsões para o dólar no País este ano, com os dois citando a perspectiva positiva de avanços das reformas. As duas instituições, porém, alertam para a necessidade das medidas saírem do papel.

O Itaú, com time liderado pelo ex-diretor do Banco Central, Mario Mesquita, cortou de R$ 3,90 a estimativa para o câmbio no final do ano para R$ 3,75. Para 2019, o banco manteve a previsão da moeda americana em R$ 3,90. Já o Bradesco reduziu a previsão para o dólar no final deste e do próximo ano. Para 2018, cortou de R$ 3,90 para R$ 3,70 e a do ano que vem de R$ 3,80 para R$ 3,70. Será o avanço das reformas um dos principais determinantes dos preços no mercado de câmbio, destaca o banco em relatório, que tem equipe liderada pelo economista-chefe Fernando Honorato Barbosa.

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