Economia

Estoque da dívida pública cai 0,44% em outubro, somando R$ 3,763 trilhões

Dados do Tesouro mostram que houve um volume de vencimento elevado de papeis prefixados e o volume de emissões não foi suficiente para cobrir o montante

Rosana Hessel
postado em 26/11/2018 11:15
Saco de dinheiro voando.
A dívida pública federal em títulos no mercado interno e externo encolheu 0,44% entre setembro e outubro, passando de R$ 3,779 trilhões para R$ 3,763 trilhões, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (26/11) pelo Tesouro Nacional. Esse resultado é decorrente do resgate líquido de R$ 33,26 bilhões, descontado parcialmente pela apropriação de juros de R$ 16,81 bilhões, segundo o comunicado do órgão.

;Esse dado é resultado, basicamente, ao vencimento de um volume grande de prefixado em outubro. As cabeças de trimestres são meses com vencimentos expressos, de R$ 84,7 bilhões,;, justificou Luis Felipe Vital, coordenador-gral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, também acrescentando o aumento da emissão de papeis indexados à taxa flutuante no mês, que passaram de R$ 14,8 bilhões, em setembro, para R$ 31,5 bilhões, em outubro, mas em volume inferior ao dos resgates.

A queda do dólar em outubro também ajudou a reduzir os custos da dívida externa, que contribuiu fortemente para a diminuição do estoque. A dívida pública interna (DPFi) somou R$ 3,662 trilhões no mês passado, queda de 0,17% em relação a setembro. Por outro lado, a dívida pública externa (DPFe) registrou redução de 6,73%, para US$ 140,95 bilhões. O dado de outubro ficou abaixo do piso de R$ 3,780 trilhões para o estoque total da dívida previsto pelo Programa Anual de Financiamento (PAF).

Os maiores detentores dos títulos do Tesouro Nacional, o grupo Previdência e o grupo das instituições financeiras reduziram suas respectivas participações na dívida pública interna entre setembro de outubro. O percentual do primeiro grupo passou de 25,35% para 25,29%, e, do segundo, de 22,79% para 22,66%. O terceiro maior credor da dívida do governo, os fundos de investimento, também reduziu sua fatia na mesma base de comparação, passando de 26,14% para 25,99%. Na contramão, os investidores estrangeiros registraram um leve aumento no mesmo período, de 11,67% para 11,97%, mas esse percentual ainda é inferior ao registrado no fim de 2017, de 12,12%.

Na avaliação de Vital, essa redução é explicada, principalmente, pelo maior volume de resgates no mês. ;Como outubro foi um mês de resgate líquido, não tenho um número positivo, dos maiores detentores. Mas, quando olho instituições financeiras, fundos e Previdência vemos que tivemos um movimento considerável na curva de juros do mercado domestico. Existem algumas dessas classes que realizaram algum lucro e decidiram não aumentar suas participações, mas existem várias justificações possíveis. Não é possível uma justificativa só;, explicou.

O custo médio do estoque acumulado em 12 meses da DPF, contudo continua acima de dois dígitos apesar da leve queda em relação a setembro, encerrando outubro a 10,06% ao ano. A taxa anual da DPFi passou de 9,78% para 9,74% ao ano no mesmo período. Foi a primeira vez desde maio que esse indicador ficou abaixo de 10%, de acordo com Vital. Enquanto isso, os juros anuais da dívida externa caíram de 31,18% para 18,63% na mesma base de comparação. O volume de títulos com vencimento em 12 meses, contudo, voltou a crescer, passando de 16,28% para 16,49%, dentro do intervalo de 15% a 18% previsto no PAF.

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