Economia

Economistas reduzem expectativa do IPCA em 2018, mostra Focus

A prévia para o índice da inflação, neste ano, passou de 4,13% para 3,94%, segundo o boletim

Gabriel Ponte*
postado em 26/11/2018 19:29
Bandeira Nacional com seta de gráfico apontada para baixo, em seu centro
Analistas consultados pelo Banco Central previram uma redução da inflação, neste ano, de 4,13% para 3,94%. A informação consta do último Boletim Focus, divulgado pela Autoridade Monetária ontem (26/11). Ainda de acordo com o relatório, a expectativa é de que a inflação seja de 4,12% em 2019, ante a previsão anterior de 4,2%. O mercado também estipula que a Taxa básica de Juros da economia (Selic) se mantenha em 6,5% neste ano, enquanto que, para 2019, seja de 7,75%, redução de 0,25 ponto percentual (p.p) em comparação à previsão, mantida por 44 semanas, de juros básicos a 8% em 2019.
[SAIBAMAIS]Os economistas consultados também aumentaram, em 0,03 p.p, a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do país, modificando-se de 1,36% para 1,39%, enquanto que, para 2019, a perspectiva de crescimento manteve-se em 2,5%. Já o câmbio permaneceu na perspectiva de encerrar 2018 negociado a R$ 3,70, enquanto que, em 2019, teve a taxa alterada em R$ 0,02, indo para 3,78, frente aos R$ 3,76 previstos no dia 19/11.
Ainda de acordo com o relatório do Banco Central (BC), a expectativa é de que a Taxa básica de juros da economia (Selic) encerre 2019 a 7,75%, 0,25 ponto percentual (p.p) abaixo da previsão anterior de 8%. É a primeira mudança de perspectiva do mercado após 44 semanas de manutenção a 8% em 2019. De acordo com o Focus, para este ano, a Selic deve-se manter a 6,5%, menor nível histórico da taxa.

Para o economista Felipe Queiroz, a redução do IPCA é explicada por um cenário de retomada econômica ainda lenta. ;O mercado reagiu a posições. Quando o IPCA estava variando entre 4,4%-4,5%, não se levava em consideração o tamanho da desaceleração econômica que enfrentamos. A taxa de desemprego continuou, além de que os preços não subiram;, relembrou. Ainda de acordo com o economista, fatores internacionais também contribuíram para a queda do índice. ;Uma economia inconsistente favorece com que os preços de commodities não subam de forma elevada. A inflação não está apenas dentro da banda de flutuação, assim como abaixo do centro da meta;, frisou.

Segundo o professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais Bruno Vinícius Ramos, da Universidade de Brasília (UnB), a diminuição do preço do combustível nas refinarias explica a queda acentuada do índice em uma semana, ;já que o combustível é base para insumos que compõem a cesta da inflação;. Ainda de acordo com Ramos, outro fator que corroborou para a queda do IPCA foi a desvalorização da taxa de câmbio nos últimos meses. Em relação à previsão da Taxa Selic para 2019, o professor de finanças da UnB explica que ela está atrelada à percepção de risco-país. ;Eu vejo nesse sentido. A Taxa de juros (Selic) e o risco-país correlacionam-se, e, consequentemente, a queda na Selic se dá pela diminuição do risco;, explicou.

Outro dado que chama a atenção é o Produto Interno Bruto (PIB), que teve a previsão para 2018 elevada em 0,03 p.p, para 1,39%, ante os 1,36% calculados na semana passada. De acordo com os economistas consultados pela Autoridade Monetária, a expectativa é de que o somatório de bens e serviços produzidos no país no ano que vem mantenha-se a 2,5%, mesmo valor da semana passada. Segundo o mercado, a taxa de câmbio, neste ano, deve continuar em R$ 3,70, mesma cotação da semana passada, enquanto que, em 2019, foi aumentada em R$ 0,02, para R$ 3,78, ante os R$ 3,76 do último dia 19.

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