Agência Estado
postado em 30/11/2018 10:56
Em meio às dificuldades do governo na área fiscal, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 7,798 bilhões em outubro, informou nesta sexta-feira, 30, o Banco Central. Este é o melhor resultado para meses de outubro desde 2016, quando houve superávit de US$ 39,589 bilhões.
Em setembro, havia sido registrado déficit de R$ 24,621 bilhões e, em outubro de 2017, um superávit de R$ 4,758 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou acima do teto das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 9,356 bilhões a superávit de R$ 6,300 bilhões. A mediana estava positiva em R$ 2,300 bilhões.
O resultado fiscal de outubro foi composto por um superávit de R$ 10,197 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 3,089 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 2,824 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 265 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 690 milhões.
Acumulado no ano
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 51,523 bilhões no ano até outubro, o equivalente a 0,91% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O déficit fiscal no ano até outubro pode ser atribuído ao rombo de R$ 66,340 bilhões do Governo Central (1,17% do PIB).
Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 10,865 bilhões (0,19% do PIB) no ano até outubro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 8,575 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 2,290 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,952 bilhões no período.
12 meses
As contas do setor público acumulam déficit primário de R$ 84,754 bilhões em 12 meses até outubro, o equivalente a 1,24% do PIB, informou o Banco Central.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em outubro pode ser atribuído ao rombo de R$ 88,874 bilhões do Governo Central (1,30% do PIB).
Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 392 milhões (0,01% do PIB) em 12 meses até outubro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 1,397 bilhão, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,006 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,729 bilhões no período.
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 6,107 bilhões em outubro. Em setembro, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 39,173 bilhões e, em outubro de 2017, deficitário em R$ 30,494 bilhões.
No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 229 milhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 6,230 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram superávit nominal de R$ 353 milhões.
No ano até outubro, há déficit nominal correspondente a 6,49% do PIB, com saldo de R$ 368,769 bilhões.
Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 6,79% do PIB, com saldo negativo de R$ 464,448 bilhões.
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 13,905 bilhões com juros em outubro, após esta despesa ter atingido R$ 14,552 bilhões em setembro, informou o Banco Central.
O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 10,426 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 3,142 bilhões e as empresas estatais, de R$ 337 milhões.
No ano até outubro, as despesas com juros somaram R$ 317,246 bilhões (5,58% do PIB). Em 12 meses, as despesas com juros atingiram R$ 379,694 bilhões até outubro (5,55% do PIB).