Agência Estado
postado em 14/12/2018 10:37
Os juros futuros passaram a cair na manhã desta sexta-feira, 14, em meio à desaceleração da alta do dólar ante o real com um movimento de realização de lucros, depois que a divisa norte-americana atingiu a máxima intraday acima dos R$ 3,910 mais cedo. Na renda fixa, o investidor retoma a leitura do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de que a Selic deve permanecer em 6,50% por muito tempo, segundo profissionais de renda fixa.
Às 10h08, o DI para janeiro de 2021 indicava taxa de 7,57%, de 7,58% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2025 estava em 9,44%, de 9,52% no ajuste de quinta. No câmbio, o dólar à vista subia 0,36%, a R$ 3,8984. O dólar futuro de janeiro estava em alta de 0,17%, a R$ 3,8985.
Nos mercados de moedas, múltiplas incertezas favorecem a demanda por ativos considerados mais seguros, como Treasuries, Bund alemão, dólar e iene em detrimento da queda firme das bolsas europeias e futuros de Nova York, após o declínio também dos índices de ações na Ásia.
Indicadores de atividade divulgados nesta sexta-feira trouxeram mais sinais de arrefecimento na China e zona do euro, reforçando temores sobre a desaceleração do crescimento da economia global. Além disso, persistem as incertezas em torno do acordo do Brexit e o impasse sobre o déficit orçamentário da Itália para o ano fiscal de 2019. No radar dos investidores estão ainda os números da produção industrial e vendas no varejo em novembro nos Estados Unidos, que serão divulgados no fim da manhã.
No Brasil, mais cedo, a queda de 1,23% do IGP-10 em dezembro ante novembro (-0,16%) e o volume de serviços, que teve avanço de apenas 0,1% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, confirmaram um cenário econômico desalentador. A taxa acumulada pelo volume de serviços prestados no ano ficou negativa em 0,2%, enquanto o volume acumulado em 12 meses registrou perda também de 0,2%.
Convém ressaltar ainda que o empobrecimento no País poderá crescer em 2019, se a proposta de Orçamento aprovada pela Comissão Mista do Congresso na quinta à noite vier a ser aprovada em plenário. A proposta prevê um salário mínimo bruto de R$ 1.006 no início do ano que vem e os recursos do Bolsa Família vão cair de R$ 15 bilhões para R$ 5,7 bilhões. Parlamentares pressionam nos bastidores para deixar a votação para o ano que vem para conseguir mais emendas, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O escândalo envolvendo Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), segue no radar. O filho do futuro presidente usou na quinta as redes sociais para dizer que não fez "nada de errado" em relação à movimentação financeira de seu ex-assessor. Reportagem da Folha de S.Paulo desta sexta informa que Nathalia Queiroz, filha de Fabrício, atuava como personal trainer no Rio ao mesmo tempo em que estava lotada no gabinete de Flávio (2011-2016) e no de Jair Bolsonaro (2016-2018) em Brasília. Nathalia é citada no relatório do Coaf que aponta movimentações financeiras "atípicas" de seu pai, no valor de R$ 1,2 milhão em um ano.