Agência Estado
postado em 14/12/2018 11:16
O temor de desaquecimento mundial volta a incomodar os mercados na manhã desta sexta-feira, 14, e o Ibovespa não passa imune a esse ambiente de aversão a risco, depois de registrar três altas consecutivas. A Bolsa brasileira iniciou o pregão em baixa e às 11h02 caia 0,58%, aos 87.324,68 pontos.
O novo alerta de esfriamento vem da China, maior país importador do Brasil e a segunda potência mundial, após o gigante asiático informar desaceleração em suas vendas do varejo e na produção industrial de novembro.
Neste contexto, as ações de empresas ligadas a commodities, em especial a Vale, cedem esta manhã. No caso do papel ON da mineradora, a queda era de 0,85%, mas acumula alta de pouco mais de 28% em 2018.
Na zona do euro, o índice de gerentes de compras de dezembro ficou no nível mais baixo em pouco mais de quatro anos, movimento de queda que ainda foi registrado no mesmo indicador da Alemanha.
Na Europa, as bolsas cedem e o mesmo pode ser notado em Nova York com os índices futuros. Aqui, às 9h59, o Ibovespa futuro caia 0,58%, aos 88.045 pontos. O dólar à vista subia na faixa de R$ 3,90, influenciando o ajuste da curva de juros futuros diante da aversão ao risco.
"O mercado está tenso lá fora e a Bolsa brasileira não tem como escapar. Os papéis da Vale são os que mais devem sofrer com essas noticias sobre desaquecimento da China", diz o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada.
Na avaliação do economista, a expectativa de esfriamento da economia chinesa pode acontecer de forma suave, o que tende a dar certo alento aos mercados nos próximos meses.
Ainda no exterior, as atenções também estão no Brexit e déficit orçamentário da Itália, além de riscos políticos nos EUA, com o presidente americano, Donald Trump, negando envolvimento em crimes cometidos por seu ex-advogado Michael Cohen.
A despeito dos dados fracos de atividade no Brasil - hoje o volume de serviços de novembro foi mais um a mostrar desempenho modesto - Campos Neto pondera que a retomada da economia vem acontecendo, embora lenta. "Está dentro do previsto. Agora, vamos ver como o próximo governo dará sequência à agenda de reformas."