Economia

Mercosul é extremamente importante para o Brasil, defende especialista

De acordo com Renata Amaral, o bloco econômico é vital e pode ser repensado, mas não 'desmontado'

Hamilton Ferrari
postado em 17/12/2018 12:11
Segundo Renata Amaral, repensar a política industrial é relevante, mas é preciso ter cuidado
Renata Amaral, especialista em comércio exterior da BMJ Associados, disse, durante o Correio Debate ;A importância da indústria para o desenvolvimento no Brasil;, que Mercosul é ;extremamente importante, sobretudo para o Brasil;. De acordo com ela, o bloco econômico é vital e pode ser repensado, mas não ;desmontado;.

O evento contou com a presença do futuro secretário da Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Alexandre da Costa, do Ministério da Economia. A pasta será comandada por Paulo Guedes, que tende a priorizar negociações bilaterais direta do Brasil com outros países.

[SAIBAMAIS]Segundo Renata Amaral, repensar a política industrial é relevante, mas é preciso ter cuidado. ;Essa é uma pauta que eu entendo que está sendo muito analisada pela equipe de transição. Entendo que o Mercosul é extremamente importante, sobretudo para o Brasil. (O bloco) É vital hoje. Talvez repensá-lo faça sentido, não desmontá-lo. Mas talvez repensar para que se torne mais efetivo. Mas de novo, reafirmo que o Brasil é o grande ganhador do Mercosul e o bloco não é culpado pelas mazelas brasileiras;, disse.

A especialista ressaltou ainda que não vê possibilidade do Brasil romper com o bloco econômico. ;O Mercosul teve uma série de problemas ao longo dos anos. Agora, o bloco em si tem decisões muito importantes;, opinou Renata. ;O que eu acho que pode acontecer é que exista flexibilização nas questões comerciais, o que hoje é algo muito rígido;, completou.

Renata Amaral apontou que outros países do Mercosul estão interessados em negociar de forma direta com outras nações, como o Paraguai. ;Se o Brasil negociar nesse sentido, devemos ter uma remodelação;, avalia.

De acordo com a especialista, o Brasil é um país fechado, mas para realizar a abertura econômica é preciso ponderar os grandes custos que as empresas do Brasil enfrentam. Na prática, a entrada de empresas e produtos do exterior pode gerar falência de companhias brasileiras e desemprego. Mais cedo, no Correio Debate, o diretor de desenvolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, também ressaltou que a abertura econômica tem que ser feita, mas não de forma ;inconsequente;, preparando o terreno para reduzir os obstáculos do ambiente de negócio do país.

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defende uma ampla abertura comercial, mas há uma preocupação por parte do setor produtivo de como será o processo de redução de impostos para a importação. ;É viável, mas vai quebrar um bocado de gente;, disse Renata. ;Agora, eu entendo que isso pode ser relevante a médio prazo, desde que seja feito de forma equilibrada;, declarou.

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