Economia

MDIC : Acordo UE-Mercosul depende de vontade política

A frustração do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) neste ano mostrou a falta de interesse dos europeus e a continuidade das conversas depende de vontade política, na avaliação do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic)

Rosana Hessel
postado em 20/12/2018 17:17
A frustração do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) neste ano mostrou a falta de interesse dos europeus e a continuidade das conversas depende de vontade política, na avaliação do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic)
;Faltou interesse da União Europeia para fechar o acordo. O Mercosul estava sempre muito propositivo nas últimas reuniões;, disse Jorge, nesta quinta-feira (20/12), em encontro com jornalistas na sede da pasta. Para ele, do lado dos países do bloco sul-americano, estava preparado para fechar o acordo neste fim de ano.;A estrutura do acordo está pronto e, agora, qualquer avanço vai depender da vontade política (dos governantes);, disse, reconhecendo que há temas sensíveis dos dois lados, como o setor agrícola, que para alguns especialistas acabou ficando pior do que as propostas anteriores para os brasileiros. ;Nossos negociadores e as demais equipes que cuidam da parte agrícola sempre tiveram em mente a abertura, buscando um acordo equilibrado. Acredito que que dimensionamos um acordo equilibrado;, disse.

Ao fazer um balanço sobre o comércio de 2018, o ministro destacou que houve avanços na área comercial, pois o fluxo de comércio cresceu 14% e a balança deverá fechar o ano com um superavit comercial em torno de US$ 55 bilhões. Contudo, ele evitou fazer projeções para 2019. ;Minha expectativa é que o Brasil continue aumentando o fluxo de comércio, aumentando as exportações e as importações;, disse ele, acrescentando que os embarques este ano registraram crescimento de 9,9% no acumulado do ano até semana passada.

;2018 foi muito positivo. A OMC (Organização Mundial de Comércio) fez um levantamento e apontou o Brasil como o país que mais adotou medidas de facilitação de comércio no mundo. Uma em cada dez dessas medidas foram adotadas pelo Brasil;, afirmou Jorge, lembrando que, a implementação do Portal Único de exportação contribuiu para esse dado, uma vez que o tempo médio das operações de embarques passaram de 13 dias para 6,4 dias. A fase para importação deverá estar concluída em ;meados de 2020;, de acordo com o ministro. Ele contou também que a pasta vem trabalhado para reduzir processos burocráticos no Instituo Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O prazo de registro de marcas passou de 36 meses para 12 meses nesses dois anos e o número de estoques de pedidos acumulados de patentes foi reduzido em 14% entre 2d016 e 2018, para 207 mil.

Jorge lembrou ainda que o programa Rota 2030, já começou a surtir efeito, com o recente anúncio da japonesa Toyota em produzir na planta de Indaiatuba (SP) o primeiro veículo híbrido com motor flex do mundo.

Para o ministro, a continuidade das negociações e acordos comerciais pelo novo governo é fundamental para ampliação desse fluxo entre países, e, nesse sentido, os acordos do Mercosul com o Canadá e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), são os que estão mais avançados e precisam ser continuados.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação