Economia

Estoque da dívida mobiliária do governo federal soma R$ 3,826 trilhões

Total foi alcançado em novembro, após alta de 1,69% sobre o volume existente em outubro

Rosana Hessel
postado em 26/12/2018 15:48
Mão segura símbolo de cifrãoO estoque total da dívida mobiliária do governo federal somou R$ 3,826 trilhões em novembro, registrando alta de 1,69% sobre o volume de outubro, quando era de R$ 3,763 trilhões, conforme dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira (26/12).

Os principais fatores dessa variação foram a emissão líquida de títulos de R$ 34,7 bilhões e o pagamento de juros de R$ 29 bilhões ao longo do mês, segundo o órgão, o que resulta no acréscimo de R$ 63,7 bilhões da Dívida Pública Federal (DPF). ;O mês de novembro foi marcado pela presença de volatilidade tanto no mercado interno quanto doméstico;, resumiu o coordenador de Operações da Dívida Pública, Roberto Beier Lobarinhas.

O estoque total permaneceu ;confortável;, dentro do piso e do teto previstos no Programa Anual de Financiamento (PAF), de R$ 3,780 trilhões e R$ 3,980 trilhões. No mesmo período, o prazo médio da DPF caiu, passando de 4,24 anos para 4,19 anos, abaixo do teto de 4,20 anos previstos no PAF.

Lobarinhas minimizou a redução desse indicador e afirmou que houve diminuição o volume de papeis vencendo em 12 meses. ;Isso é favorável, porque reduzir a necessidade de rolagem no curto prazo e melhora a capacidade de gestão de dívida diante da redução de riscos para a gestão de dívida;, disse. Ele também ao aumento da participação da dívida vincendo acima de cinco anos.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) aumentou 1,59% entre outubro e novembro, para R$ 3,679 trilhões e da expansão da Dívida Pública Federal externa (DPFe) foi de 4,27%, para R$ 147 bilhões. ;Olhando para as emissões de novembro, os prefixados tiveram predominância das emissões da dívida interna, de 47%, ao contrário de outubro, quando houve um apetite maior pelos papeis indexados à Selic (taxa básica de juros);, explicou Lobarinhas, acrescentando que as taxas voltaram ao patamar pré-greve dos caminhoneiros, o que sinalizou uma redução da percepção de risco do investidor. ;Indicadores apontando para a inflação menor e outros fatores mais favoráveis ajudaram a melhorar o apetite do investidor por esse papel;, avaliou.

O coordenador evitou antecipar novidades sobre a gestão da dívida no próximo ano. ;As diretrizes permanecem as mesmas e dependerá muito das condições do mercado para atingirmos os objetivos. Sem grandes novidades para 2019;, afirmou.

Custo maior

O custo médio da DPF continuou em dois dígitos e em ritmo crescente, encerrando novembro em 10,11% ao ano, acima dos 10,06% anuais registrados em outubro. O custo médio em 12 meses da DPMFi apresentou redução de 9,74% ao ano para 9,60% anuais. Já os juros da dívida externa subiram de 18,63% ao ano até outubro, para 23,26% ao ano até novembro.

Contudo, de acordo com o técnico do Tesouro, a taxa média das emissões da dívida interna, de 7,7% ao ano em novembro, é ;uma nova mínima da série histórica;. ;Ela está compatível com o contexto de taxas reduzindo nos últimos leilões;, afirmou.

Detentores

Os Fundos de Investimentos mantiveram a liderança entre os maiores detentores de títulos do Tesouro no mês passado, ampliando a fatia na DPMFi de 25,99% para 26,28% a fatia na DPMFi entre outubro e novembro, totalizando R$ 967,19 bilhões. A Previdência ficou em segundo lugar, com 24,70% de participação, somando R$ 908,77 bilhões, seguida de perto pelas Instituições Financeiras, com 23,08%, ou R$ 849,21 bilhões.

Na contramão desses três credores da União que aumentaram suas respectivas participações, os Investidores estrangeiros continuam reduzindo a participação na DPMFi, que passou de 11,97% para 11,74%, entre outubro e novembro, para R$ 432,16 bilhões. Contudo, o coordenador da dívida destacou que, em volume, houve aumento no acumulado em 12 meses até novembro de R$ 15,8 bilhões no estoque da participação dos não-residentes na DPMFi, após as quedas de R$ 70 bilhões, em 2016, e de R$ 11,5 bilhões, em 2017, na mesma base de comparação. ;Isso mostra que houve uma quebra da saída do investidor após dois anos de queda, mas eles aumentaram o estoque em velocidade menor do que os outros grupos;, afirmou. O volume de aumento, no entanto, está muito aquém do pico de R$ 90,9 bilhões registrados em 2015, conforme os dados do Tesouro.

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