Agência Estado
postado em 28/12/2018 19:20
Em um novo pregão marcado por oscilações entre ganhos e perdas, os mercados acionários americanos até tentaram se firmar no positivo, com alta de mais de 1%. No entanto, a cautela dos investidores com a economia dos Estados Unidos falou mais alto e apagou os avanços registrados durante a tarde, fazendo com que os principais indicadores de ações em Nova York enfrentassem um fechamento sem direção única.
O índice Dow Jones encerrou o pregão em queda de 0,33%, cotado a 23.062,40 pontos, e apresentou ganho de 2,75% na semana. Ainda na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o S 500 recuou 0,12% nesta sexta e subiu 2,86% na semana ao encerrar cotado a 2.485,74 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq mostrou avanço de 0,08%, cotado a 6.584,52 pontos, o que configura alta semanal de 3,97%. Nesse cenário, o índice de volatilidade VIX voltou a cair e chegou ao fim do dia com 28,38 pontos (-5,27%).
O otimismo dos agentes do mercado deu lugar a uma leve cautela no fim desta semana. Mais atentos aos indicadores econômicos a fim de captarem pistas sobre os movimentos futuros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), os investidores observaram, no fim da tarde, um novo dado que indica fraqueza do mercado imobiliário nos EUA.
As vendas pendentes de imóveis caíram 0,7% na passagem de outubro para novembro, contrariando expectativa de avanço de 1,0%. Esse movimento fez com que o Goldman Sachs revisasse para baixo sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) anualizado dos EUA no quarto trimestre, de 2,7% para 2,6%.
Embora o setor habitacional continue gerando cautela em solo americano, os investidores continuam atentos aos dados robustos de consumo no país neste período de feriados. A ação da Amazon chegou a subir mais de 3% durante o dia, mas perdeu fôlego no fim da sessão e encerrou o pregão em alta de 1,12%, cotada a US$ 1.478,02. Entre outras grandes varejistas, o papel do Walmart subiu 0,57%, enquanto o do Target avançou 0,36%.
A perda de força da Amazon também se refletiu nas ações de outras empresas de tecnologia. No fim da sessão desta sexta-feira, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckeberg, defendeu a empresa e disse que o Facebook alterou seu DNA "fundamentalmente" a fim de que se concentrasse em evitar danos, depois de um ano no qual a empresa enfrentou sérias dúvidas quanto à segurança dos dados de usuários. A ação da companhia encerrou o pregão em queda de 0,98%.
Em relação às perspectivas de médio e longo prazo para os mercados de ações, o chefe de estratégia de cross-asset do Nomura, Charlie McElligott, tem uma visão mais pessimista à medida que acredita que os investidores irão testemunhar cada vez mais a desaceleração dos impactos de crescimento. "Condições financeiras mais restritivas, perda de força dos estímulos fiscais, deterioração do 'efeito riqueza' devido a choques recentes no mercado são fatores que indicam que os ralis do início de 2019 devem ser enfraquecidos ou usados para avançar em qualidade antes das dolorosas realidades do fim de ciclo econômico."